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Ato na Boca Maldita teve baixa adesão. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Ato na Boca Maldita teve baixa adesão.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Cerca de 300 pessoas se reuniram na manhã desta sexta-feira (10) no Centro de Curitiba para participar do ato nacional contra a Reforma Trabalhista, que entra em vigor neste sábado (11). A concentração iniciou às 11h na Boca Maldita e o palanque foi utilizado não só para criticar as reformas do governo federal, aos gritos de “Fora Temer”. Alguns manifestantes também se aproveitaram do protesto para fazer campanha a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em sua fala, por exemplo, o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e vice-presidente da Força Sindical, Nelson Silva de Souza, pontuou que 2018 será ano de eleições presidenciais e que seu candidato já está escolhido. “Meu voto é do Lula. Nosso coração é vermelho e a nossa mente é verde, amarela e azul porque somos brasileiros”, afirmou.

Ainda que tenha aproveitado o momento para falar das eleições, Souza garantiu que a ação desta sexta-feira tem foco nas reformas implantadas pelo presidente Michel Temer e que os trabalhadores não desistirão de seus direitos. “Estamos chamando a atenção a respeito da reforma o ano inteiro e hoje, na véspera do dia em que ela entrará em vigor, os metalúrgicos de todo o Brasil estão na rua dizendo que vão se mobilizar nas portas das fábricas enquanto o governo não parar para ouvir os trabalhadores”, afirmou.

O ato foi organizado por sete centrais sindicais e reuniu representantes de diversos sindicatos, que participaram do protesto e não aderiram à paralisação geral. O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) é um deles. A categoria definiu na quinta-feira (8) que não faria greve. Apenas os sindicatos dos Metalúrgicos, dos eletricitários, dos professores da UFPR e dos demais servidores da UFPR pararam suas atividades.

Prejuízo ao trabalhador

De acordo com a Central Única de Trabalhadores no Paraná (CUT), entre os principais prejuízos que a reforma traz à população estão a divisão das férias em períodos menores e também o horário intermitente, no qual o contrato de trabalho não é contínuo. “O trabalhador fica à disposição do patrão o tempo inteiro e só recebe pelas horas que atuar quando for chamado. Esse trabalho por hora é um absurdo porque a pessoa precisa ficar à disposição o tempo todo, mas sem receber por isso”, argumenta a presidente da entidade, Regina Cruz.

A professora da rede municipal Rosane Vasconcellos, de 55 anos, concorda. Segundo ela, os direitos adquiridos durante tantos anos de lutas não podem ser tirados por pessoas que não ouvem o povo. “São nossos direitos e temos que lutar por eles. Por isso, me emociono ao ver atos como o de hoje, em que o trabalhador tem voz”, pontuou.

Já trabalhadores como a cozinheira Cleide Rossi, de 60 anos, não são totalmente contra a reforma. Acompanhando o ato embaixo de uma árvore na Boca Maldita, ela afirma que algumas mudanças serão muito positivas para quem trabalha. “Acho ótimo poder diminuir meu horário de almoço e sair mais cedo por conta disso. Também gosto da ideia de ter períodos de férias mais vezes ao ano porque têm profissões estressantes em que o trabalhador precisa de uma pausa, mesmo que seja de dez dias”, afirmou.

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