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Aeroporto Afonso Pena.
Aeroporto Afonso Pena.| Foto: Gerson klaina/Tribuna do Paraná

Mesmo com a confirmação em cinco pacientes que vieram de Manaus, oficialmente o Paraná ainda não registrou circulação da nova variante brasileira do coronavírus e nem das mutações surgidas no Reino Unido e África do Sul, todas mais contagiosas. Isso porque o estado ainda não teve confirmado nenhum caso de contaminação autóctone, quando a pessoa contrai o vírus no próprio local em que vive.

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Os pacientes faziam parte do grupo de nove manauaras que chegou a Curitiba em janeiro suspeito de ter sido contagiado com a nova variante do coronavírus. Quatro foram tratados em Curitiba e um em Campo Largo, na região metropolitana. Os pacientes tratados na capital eram todos da mesma família com parentes na cidade, já estavam diagnosticados com Covid-19 e mesmo assim embarcaram no avião em busca de tratamento, uma vez que o sistema de saúde de Manaus havia entrado em colapso com falta de leitos e oxigênio. Graças ao isolamento monitorado, nenhum transmitiu a doença para outra pessoa.

Desde a suspeita em janeiro, a prefeitura de Curitiba reforçou o monitoramento para identificar e tentar barrar a circulação da alteração genética do vírus. A confirmação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, de que quatro infecções eram pela mutação veio nessa semana, um mês após o envio das amostras para análise. Além disso, o Laboratório Central do Estado (Lacen) afirma que está enviando semanalmente amostras de pacientes paranaenses para serem testadas na Fiocruz.

Mesmo sem comprovação da circulação em Curitiba, a médica infectologista da prefeitura Marion Burger alerta de que a nova variação já está circulando pelo Brasil. Em São Paulo, infecções com a mutação estão avançando, o que levou a cidade de Araraquara a decretar lockdown após confirmação de contágios autóctones. Em Manaus, onde a alteração genética do vírus foi identificada, a variante mais transmissível já se tornou dominante, responsável por 90% das contaminações de Covid-19.

“As pessoas que viajam, mesmo sem sintomas, devem cumprir quarentena de sete dias porque assim evitamos que o vírus se espalhe no período pré-sintomático. Já quem está com sintomas ou esteve com pessoas com sintomas deve ligar imediatamente para nosso atendimento, no (41) 3350-9000, mesmo não sendo da cidade, para que monitoremos o caso. Realmente precisamos dessa atenção da população que viaja para que nosso quadro não se agrave”, apela Marion.

Risco é nas ruas

Nos hospitais, aponta a médica infectologista, a atenção foi redobrada. O cuidado é para que esses pacientes suspeitos de estarem com a nova variante não fiquem juntos com os outros pacientes que tratam Covid-19. “Eles ficam em quartos individuais, com controle maior de entrada e saída dos profissionais de saúde. No caso dos 15 pacientes de Manaus transferidos pelo governo federal para Curitiba, por exemplo, separamos uma equipe só para tratar deles”, informa a médica da prefeitura.

Marion afirma que o risco de as novas mutações saírem dos hospitais de Curitiba é baixa, pelo severo controle feito a partir dos protocolos sanitários. “A preocupação é da circulação das variantes nas ruas. Domingo, por exemplo, teremos concurso da Polícia Civil em Curitiba em que mais da metade dos candidatos é de outros estados. Então reforçamos a essas pessoas que vêm de fora: evitem ir a lugares como shoppings, restaurantes e outros onde possa ocorrer transmissão. Por favor, vão somente do local em que estão hospedados para a prova”, reforça.

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