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O motorista Bruno Hrabovsky deixou o carro em casa para procurar, de bicicleta, o menor preço de combustível da cidade | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
O motorista Bruno Hrabovsky deixou o carro em casa para procurar, de bicicleta, o menor preço de combustível da cidade| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Com a elevação do valor do combustível durante a greve dos caminhoneiros, o motorista Bruno Hrabovsky, de 29 anos, decidiu deixar o carro em casa na sexta-feira (1º) e sair de bicicleta para pesquisar o melhor preço da gasolina em Curitiba. “Está tão alto o valor que essa foi a melhor opção.” O rapaz, que trabalha como músico e precisa viajar para diversas cidades do estado, saiu do bairro Alto da XV no início da manhã e passou por quase 20 postos nos bairros Jardim Botânico, Tarumã, Bacacheri, São Lourenço, Centro e Ahú.

Ao todo, ele precisou percorrer 35,7 quilômetros durante 1h30 até que encontrasse uma opção viável para seu bolso. “Na maioria dos postos, o valor é R$ 4,49 e o mais caro que eu vi estava vendendo a gasolina por R$ 4,69”, disse. De acordo com o site “Menor Preço”, o valor médio encontrado nos postos da capital nos últimos dias confere com o resultado da pesquisa do ciclista: R$ 4,50 para o litro de gasolina e R$ 3,10 para o etanol.

No Posto Nilo Cairo, no Centro de Curitiba, por exemplo, os valores negociados na manhã desta sexta-feira (1º) apresentam diferença de R$ 0,01 em relação à média disponível no site. O preço da gasolina comum ali é R$ 4,49 e o do etanol é R$ 3,09. Antes da greve dos caminhoneiros, segundo o atendente Jean Alex Uliana, os preços estavam R$ 4,39 e R$ 2,99, respectivamente. 

Preço da gasolina foi reajustado em muitos postos.Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Já no Posto Petrobras da Rua Nilo Peçanha, no bairro Bom Retiro, os motoristas abastecem pelo valor de R$ 4,59 a gasolina e R$ 3,00 o etanol. “Estamos mantendo o mesmo preço que trabalhamos durante toda a greve”, informou um funcionário que preferiu não se identificar. 

No entanto, Hrabovsky encontrou dois postos com valor inferior a esses. O primeiro foi o Posto Shell da Avenida Presidente Kennedy, no Parolin, que vendia a gasolina por R$ 4,26. “Só que o combustível já estava acabando, então não dava tempo de eu voltar de bicicleta até o Alto da XV e trazer meu carro para abastecer”. Por isso, seguiu mais alguns quilômetros até o Ahú, onde encontrou combustível por R$ 4,33 o litro no pagamento com cartão de débito. “Voltei para minha casa, peguei o carro e consegui abastecer”, comemorou o curitibano.

Além de procurar pelo melhor preço, os motoristas curitibanos ainda podem ter alguma dificuldade para encontrar todos os combustíveis à disposição na cidade nesta sexta-feira. Segundo o Sindicombustíveis – sindicato que representa os postos do Paraná – mais de 80% dos estabelecimentos de Curitiba e Região Metropolitana possuem algum produto para negociar na manhã desta sexta. No entanto, alguns “têm gasolina, mas não têm álcool ou diesel”, informou o sindicato 

Segundo o Sindicombustíveis, muitos postos da cidade ainda estão com falta de algum combustível
Aniele Nascimento
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Gazeta do Povo

Nota do Sindicombustíveis

Segundo o Sindicombustíveis, a variação de preços durante e após a greve dos caminhoneiros não ocorreu por decisão dos postos de combustíveis. De acordo com a instituição, é comum os postos ficarem expostos e serem os mais cobrados a dar explicações, mas eles “têm o menor poder econômico para definir preços”, informou, em nota.

Na explicação do sindicato, é necessário avaliar fatores como elevação nos preços praticados pelas distribuidoras de combustíveis, novos aumentos da Petrobras, término de promoções e os custos de cada revendedor. “Informações disponíveis no mercado mostram que a Petrobras promoveu alta na refinaria nesta quinta-feira (31) e também ocorreu elevação do etanol nos últimos dias. O preço do etanol interfere diretamente na gasolina comum, pois por determinação legal a gasolina comum vendida no Brasil leva 27% de etanol da mistura”, explicou. 

Postos precisam repassar desconto no diesel

Os postos, porém, só são obrigados a repassar o desconto no diesel, já que para acabar com a greve dos caminhoneiros, o governo prometeu às refinarias uma redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel. Os postos que não abaixarem o preço do óleo diesel em R$ 0,46 a partir de sábado (2) serão multados em até R$ 9,4 milhões. Mas o consumidor pode recorrer ao Procon caso encontre preços abusivos, seja para gasolina, etanol ou diesel.

O Procon-PR, inclusive, abriu um canal de denúncias em seu site. Nele, o consumidor insere seus dados pessoais e informações sobre o posto que está praticando preços abusivos. É importante adicionar imagens da nota ou cupom fiscal, com discriminação dos valores cobrados e quantidade combustível adquirida, além da data do abastecimento. O site para fazer as denúncias pode ser acessado clicando neste link.

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