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 | Gerson Klaina/Tribuna do Paraná
| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

A defesa de Edison Brittes Junior, assassino confesso do jogador Daniel Corrêa de Freitas, contestou os laudos periciais do corpo da vítima, entregues pela Polícia Científica na tarde de quinta-feira (22). Enquanto a perícia atestou que os ferimentos no corpo de Daniel configuraram tortura, a defesa alega que se tratou de agressão, e pretende contratar peritos particulares para demonstrar essa questão. A discordância das conclusões foi anunciada pelo advogado Claudio Dalledone Junior em entrevista jornal Boa Noite Paraná, da RPC, na noite desta sexta-feira (23).

Juridicamente, a agressão e a tortura são consideradas ações distintas - sendo a tortura mais grave. Segundo o delegado Amadeu Trevisan, que investigou o caso pela Delegacia de São José dos Pinhais, o motivo para a perícia ter constatado tortura é o fato de Daniel ter sido espancado no quarto de Brittes, no corredor da casa, jogado com violência no porta-malas do carro do empresário, entre outras ações similares.

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Já Dalledone, em entrevista à RPC, afirmou que o que ocorreu, de fato, teria sido uma agressão que antecedeu a morte. O advogado não chegou a informar quando a perícia particular deverá iniciar o trabalho. Procurada, a assessoria de imprensa da defesa também não se posicionou a respeito.

Enquanto isso, os laudos da Polícia Científica devem ser analisados pelo Ministério Público junto com o inquérito policial, entregue na última quarta-feira (21). O promotor responsável pelo caso tem até a próxima segunda-feira (25) para apresentar qualquer denúncia dos envolvidos à Justiça.

O caso

O corpo de Daniel Corrêa Freitas foi encontrado em um matagal em São José dos Pinhais no dia 27 de outubro com sinais de tortura: o pescoço estava quase degolado e o pênis decepado. Daniel veio a Curitiba participar da festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edilson Brittes Jr, no dia 26 de outubro. Após participar da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, o jogador foi para outra festa na casa de Edison, dono de um mercado em São José dos Pinhais.

À polícia, o empresário admitiu ter matado o jogador após tê-lo flagrado tentando estuprar sua esposa - versão questionada pela polícia. O jogador chegou a enviar via Whatsapp a um amigo imagens dele ao lado da esposa de Edison na cama do casal, o que teria levado o empresário a cometer o assassinato. Nas fotos, Cristiana dorme enquanto o jogador faz caretas.

Daniel foi espancado na casa da família e levado para um matagal no porta-malas do carro de Edison. De acordo com o empresário, ele decidiu matar o atleta com uma faca que tinha no carro. Entretanto, Eduardo afirmou em seu depoimento na segunda-feira (12) que viu Edison pegar a faca na cozinha da residência.

Antes de ser preso, o empresário chegou a ligar para a família e para amigos de Daniel a fim de prestar solidariedade. Allana também trocou mensagens com uma parente de Daniel afirmando que não houve briga na casa da família e que o jogador foi embora sozinho na noite do assassinato.

Daniel teve passagem apagada pelo Coritiba em 2017, prejudicada por lesões. Natural da cidade de Juiz de Fora (MG), teve também passagens por Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Ponte Preta e estava atualmente no São Bento de Sorocaba (SP). O corpo do jogador foi enterrado no dia 31 de outubro na cidade de Conselheiro Lafaiete, também em Minas Gerais.

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