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Explosão em apartamento no  bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.
Explosão em apartamento no bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

O técnico de impermeabilização Caio Santos, 30 anos, e o casal José Roberto Porto Correa e Bruna Formankuevisky, donos da empresa para a qual Santos trabalhava, foram indiciados pela Polícia Civil nesta quarta-feira (28) pelos crimes de homicídio doloso (dolo eventual - quando se assume o risco de matar) qualificado, explosão e lesão corporal grave no inquérito que investigou as causas da explosão de um apartamento no bairro Água Verde, em Curitiba. A tragédia ocorreu no dia 29 de junho, deixou três feridos graves, inclusive o técnico, e matou um menino de 11 anos.

O acidente ocorreu enquanto Santos impermeabilizava o sofá do apartamento, logo após a proprietária do imóvel, Raquel Lamb, 23 anos, acender o fogão para preparar um café. No entendimento da polícia, tanto Raquel e o marido, Gabriel Araújo, 29 anos - ambos vítimas graves da tragédia -, não foram orientados adequadamente sobre os riscos da impermeabilização pelo funcionário, o que fez com que ele também fosse indiciado pelos crimes.

"Conforme as provas, o próprio Caio afirma que tinha conhecimento da periculosidade do produto. Ele afirmou isso várias vezes, demonstrando que não tomou as devidas cautelas e assumiu risco da prática desses crimes", afirmou o delegado Adriano Chohfi, da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam). "O resultado morte, o resultado da explosão e o resultado da lesão corporal estava no âmbito de conhecimento deles e eles três assumiram os riscos", acrescentou.

Segundo o delegado, o uso do impermeabilizante sem as devidas precauções, colocando em risco a segurança comum, entra como qualificadora do homicídio. Por também ter sido uma das vítimas, o indiciamento de Caio Santos por lesão corporal se enquadra pelos ferimentos sofridos pelo casal dono do apartamento. Já os proprietários da empresa poderão responder por lesão contra Raquel, Araújo e o técnico.

Além disso, a polícia decidiu também incluir responsabilidade por crime de explosão por causa do dano causado após a explosão. Fora a destruição parcial do imóvel de Raquel e Araújo, moradores do prédio ficaram fora de suas residências por três semanas.

A reportagem tentou entrar em contato com o advogado Roberto Brzezinski, que defende o casal José Roberto Porto Correa e Bruna Formankuevisky, mas não teve resposta. Já a defesa do técnico Caio Santos preferiu não se manifestar sobre a decisão da Polícia Civil.

A pena para homicídio qualificado varia de 12 a 30 anos, explosão de 4 a 9 anos e lesão corporal grave de 1 a 5 anos. Agora, os autos seguem para o Ministério Público do Paraná, que vai decidir se encaminha a denúncia contra os indiciados à Justiça.

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