Falecimentos

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Euclides Fabre

Euclides nasceu em Curitiba e foi o terceiro de quatro irmãos. Aos 7 anos, perdeu a mãe e foi criado apenas por seu pai, com o auxílio da avó. Nona Josefina, como ele a chamava, costumava passar todos os dias na casa em que Euclides morava para certificar-se de que os netos estavam bem. Cresceu livremente pelo bairro Mercês, na época em que havia apenas um amontoado de chácaras. Era um menino levado. Uma professora marcou muito sua vida. Por ser órfão de mãe, ela lhe dava muita atenção e o protegia sempre que era pego por suas peraltices. Quando jovem, ajudava seu pai nos negócios. Eles compravam e vendiam gado, por possuírem uma fazenda e um açougue. Um dia, foi até a colônia polonesa Orleans, onde conheceu Isabel, ainda uma menina, e que viria a ser sua mulher anos depois. Antes, foi um dos expedicionários enviados à guerra. Trabalhou na Cruz Vermelha recolhendo feridos. Sobre essa época, costumava contar aos filhos o quanto aquela experiência o assustou e como sobreviveu fazendo buracos no chão para se esconder e escapar de bombardeios. Quando voltou da guerra, resolveu pedir Isabel em casamento. Foram morar em uma fazenda em Piraquara. Dono do primeiro carro da região, era ele quem ajudava quando alguma gestante prestes à dar a luz precisava de carona. Tiveram quatro filhos, que levavam para passear pela fazenda. Euclides jogava baralho e era um bom contador de histórias. Gostava de cachorros e especialmente de cavalos. Até os filhos o acompanhavam nas corridas de cavalo que sempre aconteciam no Prado Velho, na região onde hoje existe a Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Luzia, a filha mais velha, conta que nem a guerra foi tão difícil para Euclides quanto a morte de um de seus filhos, vítima de um acidente. Quando ficou mais velho, gostava de ficar em casa e assistir ao futebol. Deixa três filhos e quatro netos.

Dia 7, aos 89 anos, de falência múltipla dos órgãos.

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