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Jogo do Brasil na Copa é a hora de tranquilidade nos pronto-socorros de Curitiba e região. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Jogo do Brasil na Copa é a hora de tranquilidade nos pronto-socorros de Curitiba e região.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Jogos do Brasil na Copa do Mundo têm sido sinônimo de calmaria nos prontos-socorros de Curitiba e região. Cena que deve se repetir nesta sexta-feira (6), quando a seleção enfrenta a Bélgica às 15h, pelas oitavas de final. Nas quatro partidas anteriores, enquanto Neymar, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus corriam em campo em busca do resultado, nos hospitais a correria dava lugar à tranquilidade.

No Hospital Vita Curitiba, por exemplo, o número de atendimentos emergenciais durante as partidas do Mundial caiu 50%. Já no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, um dos prontos-socorros mais movimentados da região por atender acidentes da BR-116, chegou a 70%.

No Angelina Caron, a médica Mariana Singer, chefe do pronto-socorro, explica que essa queda nos atendimentos foi registrada segunda-feira (2), quando o Brasil venceu o México às 11h. “A procura por atendimento já começou a diminuir antes do jogo e caiu completamente durante a partida”, completa.

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A explicação é que a maioria dos pacientes que procura o atendimento emergencial não apresenta um quadro grave de saúde. Por isso, consegue aguardar o fim do jogo. “São pessoas que estão com alguma dor ou sintoma e apenas precisam passar pelo médico para pegar uma receita, sem necessidade de internamento”, diz Mariana. Com isso, a procura após o jogo ainda continuou abaixo do normal e só foi normalizada na terça-feira (3), quando o movimento de pacientes foi normal.

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O mesmo aconteceu no Hospital Vita Curitiba, onde o número de atendimentos sem gravidade caiu pela metade durante as partidas da seleção. “As ambulâncias com pacientes graves continuaram chegando normalmente, mas tivemos redução dos casos que poderiam ir para clínicas, sem necessidade de passar em um pronto-socorro”, informa a coordenadora médica Nicole Garcia.

A situação se repetiu até mesmo em hospitais de Curitiba especializados em atendimento cardíaco. Mesmo com uma pesquisa nacional apontando que jogos do Brasil em Mundiais implicam em maior incidência de infarto agudo em todo o país, o pronto-atendimento no Hospital Constantini não só caiu durante os jogos deste ano, como os pacientes internados aproveitaram para torcer. “No último jogo, em todo lugar que eu passava, via os pacientes e acompanhantes atentos à partida”, comenta o médico cardiologista Everton Dombek, que não registrou nenhuma instabilidade no quadro clínico dos pacientes durante as partidas.

TV

Apesar da tranquilidade, o Hospital Angelina Caron tomou cuidado para que o desempenho do time do técnico Tite não interfira no atendimento aos pacientes. Na estreia do Brasil, no empate com a Suíça, os pacientes e acompanhantes que aguardavam atendimento fizeram muito barulho torcendo para o Brasil. Desde então, a direção do hospital decidiu desligar o televisor em jogos do Brasil. “Ninguém teve alteração de quadro clínico, mas o jogo causou muita algazarra, então decidimos desligar os aparelhos nos outros jogos para priorizar o silêncio no local”, explicou a médica Mariana Singer.

Cuidados

Apesar da tranquilidade nos pronto-socorros durante os jogos do Brasil, o Everton Dombek do Hospital Constantini pontua que os torcedores podem ter problemas cardíacos durante as partidas. Principalmente com pessoas que hipertensas eque fizeram cateterismo, angioplastia ou possuem outros fatores de risco. “Esses pacientes precisam cuidar com as fortes emoções”, orienta.

Além disso, esses torcedores também precisam cuidar com a alimentação durante os jogos, já que é comum colocar muito sal no churrasco ou na pipoca ou exagerar na cerveja. “Não abuse na alimentação e nem nas bebidas alcoólicas. Isso pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca, deflagrando um problema mais grave”, aconselha.

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