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Ausência de interessados no leilão dão um alívio aos moradores da Vila Domitila. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Ausência de interessados no leilão dão um alívio aos moradores da Vila Domitila.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Moradores da Vila Domitila, entre os bairros Ahú e Cabral, tiveram um alívio de suspiro nesta terça-feira (1º). O leilão de dois terrenos da antiga Gleba Juvevê, das quadras M e N, não tiveram interessados. A área que iria a leilão tinha preço inicial de R$ 28,5 milhões.

Os imóveis foram colocados em disputa pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que recuperou a posse na Justiça Federal em 2016 e desde então vem vendendo o patrimônio para abastecer o Fundo do Regime Geral da Previdência Social, que paga os benefícios dos segurados. Localizados no bairro Cabral, nas imediações do terminal de ônibus, os dois terrenos somam aproximadamente 15 mil metros quadrados.

Com a ausência de interessados, moradores devem continuar ocupando a área pelo menos até o próximo indicativo de leilão. Se as quadras tivessem sido vendidas, os moradores provavelmente teriam de sair de suas casas nos mesmos moldes dos cerca de 150 moradores que já abandonaram a região nos últimos anos.

“Atualmente temos 100 moradores por aqui, todos vivendo a insegurança de ter que deixar para trás a sua história, a história de sua família. A cada leilão, a preocupação recomeça”, comenta Shirley Terezinha Bonfim, 56 anos, advogada da Associação dos Moradores da Vila Domitila, que também vive no endereço. De acordo com ela, apenas alguns moradores têm conseguido indenização para deixar o imóvel.

Entenda o caso

O imbróglio se estende por mais de 50 anos. Na versão dos moradores, as Glebas do Juvevê pertenciam a Tertuliano Teixeira de Freitas no fim do século 19. Depois, foram passadas a Antonio da Ros, em 1912, que vendeu os lotes a Jorge Polysú. Na década de 60, a filha de Polysu, Mylka Polysý e o marido dela, Abdon Soares, registraram a propriedade no 2º Registro de Imóveis de Curitiba e venderam os terrenos. A área que pertence ao INSS, segundo eles, fica nas imediações do antigo presídio do Ahú, e teria sido adquirida a título de dívida.

Já o INSS tem outra versão. Para o instituto, uma área de 300 mil metros quadrados teria sido vendida ao governo do estado em 1909 por Eugênio Ernesto Wirmond. Em 1920, o governo do Paraná, chefiado por Caetano Munhoz da Rocha, teria leiloado a área, sendo arrematada por Carlos Franco. Em 1927, Franco teria vendido a propriedade justamente para Munhoz da Rocha. Ao obter a escritura em 1944, Munhoz da Rocha teria vendido a área de 191,4 mil metros quadrados onde está a Vila Domitila ao Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC, órgão antecessor ao INPS e INSS). A negociação teria sido registrada no 6º Serviço de Registro de Imóveis de Curitiba.

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