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Mesmo com a suspeita de que era um crime falso, Tigre estourou o suposto cativeiro no bairro Atuba, em Curitiba. | ANTONIO COSTA/Gazeta do Povo
Mesmo com a suspeita de que era um crime falso, Tigre estourou o suposto cativeiro no bairro Atuba, em Curitiba.| Foto: ANTONIO COSTA/Gazeta do Povo

Acusado de simular o próprio sequestro para tentar arrancar dinheiro da mãe, um homem e outros quatro comparsas foram presos em Curitiba na última sexta-feira (30) pelo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), grupo de elite da Polícia Civil do Paraná especializada em operações com reféns. Após dois dias de investigação, a polícia conseguiu elucidar o caso, identificou a quadrilha – jovens entre 19 e 22 anos, entre eles um militar da Aeronáutica – e prendeu os envolvidos.

Eles foram detidos sob a acusação de extorsão, associação criminosa e comunicação de falso crime. Contudo, a Justiça já os soltou - a investigação levou mais tempo do que o período que eles ficaram presos..

Investigações do Tigre apontaram que um dos suspeitos passou a extorquir a própria mãe e familiares através de telefonemas e mensagens dizendo que estava nas mãos de criminosos, os quais o ameaçavam de morte. Para ser solto, o rapaz dizia que a mãe teria de repassar R$ 5 mil aos sequestradores porque ele teria se envolvido com a mulher do integrante de uma facção criminosa.

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“Eles diziam que se a mãe não pagasse, ele seria morto”, afirma o delegado Cristiano Quintas, do Tigre. A simulação chegou ao ponto de o falso refém enviar fotos com sinais de agressão e até mesmo com uma arma apontada contra a cabeça.

Entretanto, a mãe do rapaz seguiu a orientação de sempre procurar a polícia em casos de sequestros. O Tigre começou a investigação de imediato e os investigadores suspeitaram de que a história estava estranha. “Lidamos como se fosse uma ameaça real, apesar dos indícios de que seria uma farsa. A partir de então, começamos a monitorar a situação e trouxemos a mãe da suposta vítima para nossa base, até mesmo para continuar acompanhando de perto”, detalha Quintas.

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Após 48h de trabalho dos policiais, o local do suposto cativeiro foi encontrado, uma oficina mecânica no bairro Atuba, em Curitiba. “No local havia indícios de consumo de drogas. Invadimos e encontramos os jovens, entre eles estava o suposto sequestrado”, explica o delegado.

Farsa descoberta

Ao encontrarem todos os envolvidos, os policiais confirmaram a suspeita de que o crime era uma farsa para tirar dinheiro da mãe do rapaz. “Descobrimos que o sequestrado na verdade fazia parte do esquema, das simulações. Encontramos até mesmo o local onde foram feitas as fotos em que simulavam o sequestro e que aparecia o rapaz machucado, com arma na boca”.

As fotos foram armadas com maquiagem, já que o rapaz sequer foi ferido. “Fizeram uma maquiagem para simular a agressão. Já a arma usada na foto era de brinquedo. Com isso, encontramos provas evidentes de que armaram toda uma farsa”.

Segundo o policial, a mãe do rapaz ‘sequestrado’ no começo não quis acreditar na história apresentada pela equipe policial. “Diante das provas, ela se conformou e percebeu que o filho fazia parte da farsa. Mãe é mãe e acaba tendo certa compaixão, mas o que importa é que elucidamos o caso”, comenta Quitas.

Liberdade

Os cinco rapazes encaminhados à sede do Tigre, no bairro Vila Izabel. Nenhum deles tinha antecedente criminal. “Um dos presos, inclusive, era militar da aeronáutica que se envolveu nesse esquema criminoso. Nós já informamos às Forças Armadas da situação”, destacou o delegado.

Depois da prisão, os cinco passaram por audiência de custódria e foram soltos antes mesmo das 48h que os policiais levaram para desvendar o crime. “Para nossa surpresa, foram levados à audiência de custódia e liberados. Lamentamos que ficaram menos tempo presos do que nossa equipe ficou trabalhando”, contou, frustrado, o delegado. “Mas pelo menos nosso trabalho foi feito”.

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