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Garrafa de tequila foi encaminhada junto  com produto de limpeza para perícia. | Gerson Klaina/Tribuna do Paraná
Garrafa de tequila foi encaminhada junto com produto de limpeza para perícia.| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

A Polícia Civil trabalha inicialmente com a possibilidade de falha humana na intoxicação de clientes de um bar no bairro Boa Vista, em Curitiba. Sábado (13), três clientes foram internados após pedirem doses de tequila e, na realidade, terem consumido um produto tóxico. Até a manhã desta segunda-feira (15), uma das três vítimas permanecia internada no Hospital Cajuru. A mulher teve queimaduras na boca e no estômago, mas o quadro é considerado estável. O bar foi interditado nesta segunda-feira (15) por causa de seis irregularidades que foram encontradas no local.

Vídeo: Confira um resumo do caso do bar que teria servido produto tóxico no lugar de tequila

De acordo com a delegada Sabrina Alexandrino, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a hipótese mais provável é de que o proprietário do bar, que fica ao lado do terminal do Boa Vista, tenha se confundido e, ao invés de servir tequila, teria servido um produto de limpeza aos clientes. A garrafa da qual as vítimas consumiram tinha o rótulo de tequila, mas estava ao lado de onde o dono do bar guarda produtos de limpeza. A garrafa com o líquido vai ser encaminhada para perícia - há suspeita de que o produto que levou os clientes a se intoxicarem seja soda cáustica.

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“Trabalhamos com a possibilidade inicial de que o dono do bar tenha servido por engano. A garrafa de tequila é transparente, com um líquido incolor, estava próximo a produtos de limpeza, mas tinha o rótulo de tequila”, aponta a delegada, explicando que pode haver a possibilidade de algum funcionário da limpeza ter guardado algum produto de limpeza na garrafa de bebida alcoólica. Neste caso, o proprietário responderia por lesão culposa - em que a pessoa não tinha intenção de ferir. Porém, um atenuante é de que o dono do bar chegou a provar a bebida para ver o que havia de errado.

Mesmo assim, a DHPP não descarta a possibilidade de um crime culposo. Portanto, as investigações seguem para saber se tanto o proprietário do bar quanto as vítimas tinham algum tipo de desavença pessoal que pudesse levar alguém a uma tentativa de assassinato. “Neste caso, quem cometeu o crime responderá por lesão corporal dolosa ou tentativa de homicídio dolosa”, explica a delegada.

A primeira mulher a tomar a dose, que na manhã desta segunda (15) seguia internada no Hospital Cajuru, começou a se sentir mal logo no primeiro gole. Ela correu para fora do bar e vomitou. Ela teve queimaduras no estômago e na boca e pode ficar com sequelas, mas segue estável.

Outra vítima, um rapaz já teve alta no domingo mesmo. Ele apenas encostou a boca no copo, o que já foi suficiente para provocar queimaduras nos lábios. Ele comunicou o problema ao dono do bar, que teria tomado um gole da bebida para ver o que havia de errado e cuspido logo em seguida. A terceira vítima, também uma mulher, apenas molhou o dedo na bebida e encostou nos lábios. Ela sofreu queimaduras, mas ficou apenas em observação no hospital e já teve alta também no domingo.

Prioridade

O presidente da regional paranaense da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar), Fábio Aguayo, pediu ao secretário estadual de Segurança Púbica, Wagner Mesquita, prioridade na investigação do caso. O receio é de que a garrafa tenha sido comprada já com o líquido tóxico dentro e que outros bares também tenham produtos do mesmo lote.

“O secretário garantiu que vai dar prioridade até porque se o dono do bar comprou de alguma adega e não deu uma atenção especial à origem, quantos outros produtos como esse podem estar por aí. Antes que aconteça alguma situação de novo, vamos ter que descobrir”, comentou Aguayo.

Para o representante da Abrabar, ao que tudo indica, o dono do bar pode ter sido alvo de uma emboscada, já que o estabelecimento funciona há anos em Curitiba e tem os alvarás em dia. “ A gente confia na idoneidade do dono do bar. Era uma situação que não estava ao alcance dele, se não ele não provaria a bebida como fez. Desconfiamos que pode ter havido uma troca de garrafas ali, mas não uma troca ingênua”. A

Abrabar pretende intensificar campanha que defende procedência limpa de bebidas compradas por bares e restaurantes de Curitiba. A ideia é distribuir selos que garantem a originalidade dos produtos e dar mais segurança aos consumidores.

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