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Revoltados, alguns clientes foram até a loja e quebraram as vidraças | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Revoltados, alguns clientes foram até a loja e quebraram as vidraças| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Polícia Civil fechou uma loja especializada na venda de motos de alto padrão em Curitiba suspeita de aplicar golpes em clientes e que teria movimentado cerca de R$ 2 milhões ilegalmente, como apontado pelo Paraná TV 1ª Edição. A ação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (24) e faz parte da Operação Cavalo de Aço e incluiu, além do fechamento da unidade, mandados de busca e apreensão na unidade localizada no bairro Campina do Siqueira.

A investigação é comandada pela Delegacia de Proteção ao Consumidor (Delcon) e aponta que a loja é suspeita de vender motos de clientes por consignação, mas sem repassar o valor final para o consumidor. O caso começou a ser apurado após mais de 10 vítimas procurarem a delegacia para prestar queixa. De acordo com a Delcon, as investigações apontam que centenas de pessoas foram lesadas com o esquema desde 2013.

Para o delegado responsável, Wallace de Oliveira Brito, o golpe era aplicado pelo dono da loja em conjunto com alguns de seus funcionários. “Eles entravam em contato com pessoas que anunciavam a venda da moto em sites na internet para sugerir a venda na própria loja. Após a venda, o dinheiro não era repassado à vítima”, explica.

Segundo a Polícia Civil, os envolvidos responderão ao inquérito por crimes contra relação de consumo, estelionato e associação criminosa.

A Delcon pede para que outras pessoas que possam ter sido vítima do esquema de apresentem na delegacia, que fica na Rua Ermelino de Leão, 513, no bairro Alto São Francisco.

Revolta popular

Após a ação da polícia na manhã desta terça-feira, alguns clientes foram até a loja para procurar mais informações sobre as motos que deixaram para venda. Um deles, que não quis se identificar, conta que foi procurado pelo pessoal da concessionária para vender o veículo na loja — o que aconteceu na semana passada. Ele chegou a assinar a documentação que passava a posse da moto para o novo proprietário, mas ainda não recebeu o dinheiro.

“Estou com medo. Se não tivesse vendido, a moto ainda estaria no meu nome e eu poderia recuperá-la. Agora, nem isso”, lamenta o rapaz. Ele foi até a loja após a deflagração da operação, mas foi encaminhado à Delcon para registrar um boletim de ocorrência.

Além disso, após a saída da polícia, outros clientes da concessionária foram até o local e arremessaram pedras, quebrando as portas de vidro da unidade.

De acordo com o delegado do Delcon, cerca de 40 pessoas prestaram queixa contra o grupo depois do início da operação. “As pessoas não procuravam a delegacia porque ainda achavam que podiam receber. E, em alguns casos, eles realmente pagavam uma venda. Mas como a prática [de não pagar corretamente os clientes] binha sendo feita de maneira reiterada, configura crime”, explica Brito. Segundo ele, ninguém foi preso.

No caso das vítimas, o delegado explica que quem deixou a moto na loja poderá retirá-la diretamente com a polícia ao apresentar um comprovante de propriedade. No entanto, para quem já teve a motocicleta vendida, terá de seguir lutando para receber o dinheiro, como aponta o responsável pela investigação. Segundo ele, nesse caso, será analisado se os acusados têm condições de pagar os débitos que permanecem em aberto. “Isso seria o ideal, pois refletiria na questão penal ao reparar o dano causado”.

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