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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O trecho de quase sete quilômetros da PR-412, a Rodovia Máximo Jamur, que liga o centro de Matinhos ao acesso à balsa que atravessa a baía em direção a Guaratuba, é um dos gargalos do trânsito da região do litoral do Paraná. A pista de mão simples nos dois sentidos tem tráfego intenso e a movimentação durante os dias de temporada gera longas filas, fazendo com que carros esperem muitas vezes por mais de uma hora até cumprirem o trajeto.

Como não há alternativa para quem precisa fazer o trajeto, a saída é esperar — o que acaba testando a paciência de muitos motoristas. Em horários de maior movimentação, como o final da tarde, é comum ver o trecho praticamente todo tomado por carros, afetando o trânsito também nas ruas transversais que dão acesso à rodovia.

A família do empresário Sérgio Fonte, de Londrina, é uma das muitas que enfrentam o problema neste verão. Ele conta que alugou uma casa em Caiobá e que não imaginava que, para se deslocar entre as praias, teria tantos problemas. Apesar de já ter passado alguns verões no litoral paranaense, a experiência com a rodovia tem feito com que eles procurem se deslocar menos rumo a outros balneários para poupar tempo e aproveitar mais a praia. “A gente tem preferido ficar em Caiobá mesmo. Fomos um dia para Guaratuba, mas perdemos muito tempo. As crianças reclamam muito de ficar dentro do carro e você acaba mais se incomodando que se divertindo”, conta.

Vendedor em uma loja de materiais de construção à beira da estrada, Juliano Silva conta que todos os dias vê as filas se formarem na via, mesmo que não haja qualquer acidente ou situação que bloqueie o tráfego. Para ele, seria preciso um grande investimento, como uma duplicação, para resolver definitivamente o problema. “Isso é assim desde que me conheço por gente. Chega a temporada, as filas começam. E não tem hora, é quase que o tempo todo. Por que não duplicam?”, questionou.

Albari Rosa/Gazeta do Povo

A consultora Selma Malaquias é outra que tem enfrentado o problema. Como mora em Guaratuba e tem parentes em Caiobá, ela revela que ir visitá-los tem sido um transtorno. Sabendo das enormes filas que se formam, principalmente por conta da travessia da baía de Guaratuba, Selma se programou para não sair muito em cima da hora na virada do ano e, ainda assim, esperou um bom tempo até chegar ao seu destino. “Saí no meio da tarde e cheguei era noite. Fiquei preocupada, mas sabia que seria bem demorado o percurso. Acredito que quem deixou para sair meio em cima da hora, ficou pelo caminho”, emendou.

Nos dias seguintes, a consultora afirma que o jeito é colocar uma música no som e relevar a espera, já que ela tem se mostrado inevitável. “Pelo trânsito, parece que você está na Visconde de Guarapuava [em Curitiba] às seis da tarde. Não anda, é um tumulto só. Você precisa sair preparado para enfrentar as filas e, se conseguir, se divertir no caminho”.

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), são 13 mil veículos circulando por dia no trecho — frente aos cerca de três mil em períodos fora da temporada. Apesar do aumento, o órgão afirma que não recebeu reclamações das filas e que faz campanha orientando os motoristas sobre os horários de maior movimento na estrada e no ferryboat. O órgão ressalta que há diversos projetos de ampliação da infraestrutura para o local, entre eles a construção da Ponte de Guaratuba, que ligaria os municípios de Matinhos e Guaratuba atravessando a entrada da baía, o que promete desafogar o trânsito na região.

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