Nesta época do ano aumenta a incidência de aranha-marrom, animal venenoso encontrado, especialmente, em Curitiba. Ela é a responsável pela temida picada que causa muita dor e, se não tratada, pode até necrosar a pele. Para que as consequências sejam menores e o tratamento mais leve, o ideal é que ele se inicie em até 36 horas após a picada e o mais importante: no posto de saúde mais próximo da sua residência. Veja abaixo outros cuidados com a aranha-marrom que deve ser adotados.
Dicas para se manter longe da aranha-marrom
As dicas para se manter longe de aranha-marrom envolve bloquear o acesso dela dentro de casa, com a inserção de borrachas na porta de entrada, por exemplo. Sacudir todas as roupas antes de vestir, inclusive, as de cama e banho, e os sapatos também é um comportamento que deve ser adotado. Além disso, é preciso manter a casa limpa. Para isso, os principais amigos são o aspirador de pó e os panos para limpar móveis. Nada de veneno. Eles não funcionam. E, por fim, as lagartixas. Esses bichos, que não fazem mal a ninguém, são os maiores predadores de aranhas.
Como identificar o animal?
A aranha-marrom mede de 3 a 4 cm, tem pernas longas e finas, e seu abdome parece uma azeitona.
Como reconhecer a picada?
A picada causa uma sensação de ardor leve, mas, depois de cerca de 30 minutos, o local fica avermelhado e inflamado com uma ferida no centro.
O que fazer em caso de acidentes?
Vá imediatamente a qualquer uma das 110 unidades de saúde de Curitiba. Todas têm capacitação para atender esses casos.
Atendimento em Curitiba
As unidades básicas de saúde (UBS) de Curitiba estão capacitadas para uma atuação específica com animais peçonhentos e são os locais mais ágeis e seguros para fazer o diagnóstico e tratamento, conforme explica o biólogo Marcelo Vettorello, do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. Nos postos de saúde, o paciente, caso necessário, já sai com o remédio em mãos, gratuitamente, ou, em casos mais graves, é encaminhado para internação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Por causa disso, o biólogo é enfático ao dizer: “na menor suspeita de picada de aranha-marrom, corra para o posto de saúde mais próximo”.
Essa atitude pode evitar casos complicados como o da arquiteta Maribel Schulz, moradora do Água Verde, que passou por poucas e boas por conta de uma picada de aranha-marrom. De difícil diagnóstico, ela só foi corretamente medicada no 14.º dia após a picada, quando foi ao posto de saúde próximo da casa dela. Antes disso, ela passou por três médicos – dois plantonistas e um dermatologista – e comprou nove diferentes tipos de medicamentos. Tudo isso sem sucesso. Foram dias com muita dor e apreensão. Afinal, um buraco foi formado atrás da coxa dela, com cerca de três centímetros de profundidade e maior que uma moeda de um real.
Isso pode acontecer, segundo Vettorello, porque o diagnóstico para picada de aranha-marrom é complicado, especialmente nos casos mais leves, que são a maioria – os casos graves incidem em somente de 3% a 5% da população. Independente da gravidade, os sintomas começam praticamente da mesma maneira. A picada é indolor e, normalmente, não fica a marca. Os sintomas começam a aparecer depois de seis a doze horas da picada e envolvem área avermelhada, dor e queimação no local. Esse quadro pode ser relacionado a aranha-marrom, mas também a picadas de insetos, lesões de pele e até espinhas.
Dependendo do quadro do paciente, o tratamento pode envolver limpeza no local, uso de corticoides, remédios para dor e, apenas nos casos mais graves, soro antiaracnídico. Em todos os casos, é fundamental o cuidado que o próprio paciente tem com a lesão, para evitar que ela infeccione, inflame ou chegue até a necrosar.
Número de casos em Curitiba
Dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde revelam que os casos confirmados de acidentes com aranha-marrom têm diminuído ao longo dos anos. Segundo a prefeitura, esta redução é devida à capitação dos profissionais de saúde e à conscientização dos moradores da cidade.
No ano de 2003, por exemplo, foram notificados 3.680 casos. Já em 2016, o número caiu para 733. Em 2017, dados preliminares apontam para 784 acidentes com aranha-marrom em Curitiba. No entanto, esse não é o número oficial e alguns casos ainda podem ser descartados .
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