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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Na tentativa de combater o aumento da violência nos ônibus de Curitiba e cidades da região metropolitana, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (Sesp) pretende integrar Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal para tentar chegar a uma solução para o problema. A proposta foi apresentada durante audiência pública no auditório da Câmara de Vereadores de Curitiba na tarde desta sexta-feira (15), mas ainda não tem data para ser colocada em prática.

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De acordo com Miguel Stadler, delegado chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, o objetivo é que, com essa integração, as forças policiais tenham conhecimento de todos os crimes envolvendo o transporte público o mais breve possível. “Assim, poderemos identificar e prender os autores”, afirmou.

Para isso, ele informa que um conjunto de ações está em desenvolvimento e que há possibilidade de usar os botões de pânico instalados em ônibus e estações-tubo para obter as informações com rapidez. A integração desses botões aos centros de controle da Guarda Municipal e da Polícia Militar é uma solicitação das empresas de ônibus para frear os casos diários de violência no sistema.

Solicitações dos motoristas e cobradores

Quanto ao pedido do Sindicato de Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sindimoc) de que câmeras sejam instaladas em todos os coletivos, Urbs e Comec informaram durante a audiência que algumas empresas especializadas em tecnologia têm apresentado propostas para a instalação do monitoramento, mas não há nada formalizado a respeito até agora.

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A classe também solicita a implantação de uma delegacia especializada em crimes relacionados ao transporte público, mas Stadler explica que falta efetivo para isso. “Para instalarmos uma nova unidade, precisaríamos desfalcar as demais”.

“Não sei o que vão fazer, mas sei que algo precisa acontecer urgentemente. É violência contra a mulher, assalto, arrastão e até dois assassinatos de colegas nossos. Não podemos mais aguentar isso”, pediu o motorista Edilson Marenda, 53, que permaneceu fora da Câmara com alguns colegas em protesto. Eles colocaram dois caixões na entrada do local para chamar a atenção dos presentes. “O transporte público está morrendo”, completou.

Para o coordenador operacional das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Mauro Magalhães, a instalação de câmeras não solucionará o problema da violência nos coletivos. Ele afirmou que, se as câmeras inibissem os assaltos, não haveria roubo a bancos, postos de gasolina e lojas do comércio.

Para ele, a melhor opção é tirar o dinheiro em circulação, como aconteceu em cidades como Campo Grande, Cascavel e São Paulo, onde a queda no número de assaltos foi superior a 90%. “Hoje, em Curitiba, 40% dos passageiros ainda pagam a passagem em dinheiro. Temos que diminuir cada vez mais esse porcentual se quisermos diminuir os assaltos a ônibus”, pontuou.

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