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Lojas de celulares e eletrônicos foram os principais alvos dos bandidos nessa última semana em Curitiba | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Lojas de celulares e eletrônicos foram os principais alvos dos bandidos nessa última semana em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A onda de assaltos a lojas de shoppings de Curitiba não foi suficiente para espantar o público, mas deixa funcionários e lojistas com medo. Quem esteve na mira dos bandidos vai ao trabalho com medo. Há também a esperança de que as administrações reforcem a segurança.

Em menos de uma semana foram seis roubos a lojas de eletrônicos de três shoppings diferentes e dois supermercados. Uma mesma rede foi roubada três vezes em dois estabelecimentos distintos, nos bairros Batel e Centro Cívico.

Sem se identificar, funcionários e gerentes das lojas roubadas falaram sobre a ação dos criminosos. Segundo eles, grupos de três ou, no máximo, quatro pessoas agiram rapidamente todas as vezes. Seguranças do shopping no Batel contaram ter notado que o mesmo grupo atuou nos dois roubos ao local, um na sexta-feira (31) e outro na manhã da última terça-feira (4).

“Eles foram rápidos. Usaram nossas próprias sacolas pra levar principalmente celulares. Não agrediram ninguém. Mas roubo sempre tem violência psicológica. Fora que levaram celulares dos funcionários e tinha clientes na loja”, disse um funcionário da loja roubada.

Na última terça-feira, havia um segurança do shopping na porta da loja. Mas mais de um lojista reclamou que a administração do centro comercial havia prometido reforço na segurança para a última terça, com pessoal treinado e equipado para inibir esse tipo de situação. A promessa ainda não havia sido cumprida.

A assessoria do Shopping Crystal informou que acompanha e colabora com as investigações policiais do roubo no centro comercial e que reforçou a segurança privada na porta do shopping e nos corredores. Disse ainda que estuda a implementação de um botão do pânico e de outras reformulações no sistema de segurança.

Em outro shopping, no Portão, funcionários viveram momentos de ainda mais terror por causa dos disparos efetuados pelos assaltantes funcionários. Um dos seguranças foi alvejado por um tiro e está internado em estado grave. “Estamos com medo”, resumiu um deles. Um comerciante de um box de frente da loja contou que os seguranças demoraram a chegar e nada pueram fazer porque são instruídos a não reagir para não colocar em risco as pessoas que circulam pelo shopping.

O secretário da segurança pública, Wagner Mesquita, convocou, para a próxima sexta-feira (7), uma reunião de emergência com as administradoras de dez shoppings de Curitiba e região metropolitana para anunciar ações de combate à onda de crimes nestes estabelecimentos. A Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) também informa que apreendeu cinco adolescentes suspeitos de envolvimento nos crimes. Já o delegado Emanoel David, da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), informou que as investigações também estão rastreando quem está comprando os aparelhos levados nessa onda de crimes.

Já a Associação Comercial do Paraná (ACP) se preocupa com os assaltos a lojas de celulares e eletrônicos antes mesmo dessa onda de violência. Tanto que em janeiro formou o seu próprio conselho de segurança para dialogar com as autoridades policiais de como prevenir esse tipo de crime. “O celular é hoje a grande preocupação do comércio, porque toda loja tem uma revenda, é o produto do momento”, afirma o coordenador do Conselho de Segurança da ACP, Acef Said, que nas duas últimas duas semanas se reuniu três vezes com as autoridades policiais solicitando mais atenção a este tipo de crime.

A Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) informou que está acompanhando de perto a situação em Curitiba e que tem dialogado com os shoppings com o objetivo de encontrar constantemente melhorias para o sistema de segurança dos estabelecimentos.

Frequentadores dizem que violência faz parte do país

Os shoppings são habitualmente associados a um local de compras com mais segurança de que as lojas de porta para a rua. Mas essa característica já não é mais tão difundida entre frequentadores. E não é por causa da onda recente de roubos em Curitiba.

“Violência tem em todo lugar. Nunca me senti tão mais segurança quando venho aqui”, diz a auxiliar de cozinha Mayara Francisca, de 27 anos, que passeava na última terça em um shopping que havia sido roubado menos de 24 horas antes.

Duas empresárias que passeavam pelo Batel endossaram a posição da auxiliar de cozinha. “A solução não é mais segurança. É melhorar a economia e voltar a criar empregos”, afirmaram as mulheres, que preferiram não se identificar.

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