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Casas destruídas pelos ventos de mais de 100 km/h que atingiram  Itaperuçu sexta-feira (30). | Lineu Filho/Tribuna do Paraná
Casas destruídas pelos ventos de mais de 100 km/h que atingiram Itaperuçu sexta-feira (30).| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

O Instituto Simepar concluiu que a tempestade que destruiu casas e levou ao decreto de estado de emergência no município de Itaperuçu, na região metropolitana de Curitiba, na noite da última sexta-feira (30), foi, na verdade, um tornado. O fenômeno de categoria F1 – em uma escala que vai de 0 a 5 – atingiu a cidade com ventos de 120 km/h, o suficiente para derrubar casas e virar carros. Cerca de 1,7 mil dos 28 mil moradores da cidade foram afetados e dois adolescentes morreram atingidos por um muro que desabou.

A conclusão veio de uma investigação feita por equipes do instituto ao longo desta segunda-feira (3). Após sobrevoos seguidos com drones e conversas com moradores, os meteorologistas constataram que a devastação está no rastro de um tornado F1, o segundo mais baixo da escala, mas que mesmo assim tem capacidade de causar grandes transtornos.

“As primeiras informações de radar, que não são conclusivas, já nos davam uma pista de que havia sido uma tempestade forte. Mas aí fomos até Itaperuçu, fizemos sobrevoos com drones e, junto com o que foi relatado pelos moradores, podemos dizer que a assinatura da tempestade é bem compatível com um tornado F1”, afirma o meteorologista Cezar Duquia, do Simepar.

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Em um primeiro momento, cogitava-se que uma microexplosão, espécie de chuva muito forte que atinge a superfície muito rapidamente, teria sido a causa da devastação registrada no município. No entanto, as características dos estragos, ainda mais salientes do que se imaginava, levaram o instituto a cravar a passagem de um tornado pelo município. “Pela bibliografia que a gente tem, os estragos são compatíveis com o tornado F1 porque até carro virou ali”, observa Duquia.

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Tornado sem funil?

Embora muitos moradores não tenham percebido o tornado em seu aspecto clássico, com o funil que se alastra pela superfície, ele existiu. Conforme Duquia, uma explicação para que a formação do tornado não tenha sido tão óbvia é o grande volume de chuva que caía. “Não é que necessariamente o funil tenha que ficar visível para o tornado acontecer. Ali, naquela hora, esse funil estava provavelmente embebido na cortina de chuva”, explica o meteorologista.

Segundo o Simepar, apesar do grande susto, a formação de tornados de classificações mais baixas não é rara na região. Para que um tornado se forme, é preciso muito calor e umidade, o que tinha de sobra em alguns pontos de Itaperuçu no momento da tempestade. “Estava muito aquecido no momento e aquilo acabou virando uma bolha de ar que acabou gerando aquela instabilidade atmosférica muito elevada”, explica o meteorologista.

A última ocorrência de tornado no Paraná foi em janeiro deste ano em Toledo, no Oeste do Paraná. A região atingida foi a zona rural da cidade, onde os ventos causaram destruição em um galpão de uma propriedade e caminhões estacionados também acabaram danificados.

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