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Profissionais de saúde se preparam para colher amostras para testes rápidos de coronavírus em drive-thru no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, em Brasília
Profissionais de saúde se preparam para colher amostras para testes rápidos de coronavírus em drive-thru no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, em Brasília| Foto: Evaristo Sá/AFP

Desde a última semana, a prefeitura de Curitiba está utilizando, além dos exames moleculares, os resultados de testes sorológicos para contabilizar as estatísticas de casos de coronavírus na capital. O popularmente chamado de “teste rápido” está entre os indicados pelo Ministério da Saúde e serve para diagnosticar, principalmente, pessoas assintomáticas ou com manifestações leves, e que já passaram da fase inicial da Covid-19.

Em alguns casos, por meio desse rastreamento, é possível afirmar que um paciente teve a doença mesmo alguns meses depois de infectado. Exame pode apresentar falso negativo se feito nos primeiros dias da infecção, mas resultados, até mesmo em pessoas curadas, podem ajudar a mapear de forma mais precisa a circulação do vírus no município.

Os exames sorológicos, que foram incluídos desde o dia 20 de abril nas estatísticas da prefeitura, levam em conta a presença de anticorpos IgM e IgG em pessoas que foram expostas ao vírus SARS-CoV-2. Para isso, o paciente cede uma amostra de sangue, o que é diferente do teste molecular, que utiliza secreção das vias respiratórias.

Porém, a indicação é que a testagem seja feita somente a partir do décimo dia de infecção, pois antes desse período o corpo não produziu anticorpos, ou seja, o resultado pode ser um falso negativo.

O teste está sendo utilizado, sobretudo, em pacientes que tiveram contato com o vírus, mas não apresentaram nenhum sintoma ou tiveram manifestações leves. É possível detectar, dependendo da análise da amostra, casos com duas a três semanas desde a infecção (IgM), ou até meses depois do paciente ter contraído o vírus (IgG). Com o resultado positivo nesses casos, é possível mensurar a propagação do vírus em residências e comunidade, fazendo um melhor controle epidemiológico.

A médica infectologista da prefeitura Marion Burger falou como a utilização dos testes pode, em médio prazo, ajudar a mapear e entender os casos na capital paranaense. “Vai contribuir muito nos inquéritos sobre o coronavírus em Curitiba, mas isso em dois ou três meses, não é agora. Vamos rastrear casos de familiares de pacientes que precisaram ser internados, por exemplo, mas não apresentaram sintomas”, afirmou.

Vários laboratórios da capital, inclusive os particulares, fazem esse exame e os resultados são encaminhados para a secretaria de Saúde do município, que avalia se inclui ou não nas estatísticas. Por estar disponível na rede privada, a doutora Marion alerta para que as pessoas não façam o exame “por fazer” e, principalmente, não se baseiem no resultado do teste sorológico sem uma análise de um especialista.

“Essas testagens têm importância de acompanhamento do vírus, como ele está se propagando. Não é a intenção que as pessoas façam sem que saibam interpretar o resultado”, concluiu.

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