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Sala de aula do Colégio Marista Paranaense: 50% de ocupação e distância de 1,5 metro entre as carteiras
Sala de aula do Colégio Marista Paranaense: 50% de ocupação e distância de 1,5 metro entre as carteiras| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Depois de quase um ano fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus, nas escolas de Curitiba em que as aulas presenciais já foram retomadas, o sentimento geral é de segurança e sobretudo de alegria, segundo relatam pais, alunos, professores e diretores ouvidos pela Gazeta do Povo. Enquanto os colégios da rede pública estadual programam para o dia 18 o reinício das atividades em sala de aula, na maior parte das instituições privadas os estudantes voltam a partir desta semana, conforme sugestão do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR).

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A adoção de aulas presenciais, tanto na rede pública quanto na privada, foi autorizada pelo Decreto 6.637/2021, assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) no último dia 20.

Nos colégios do Grupo Marista, o ano letivo começou na segunda-feira (1º), com a maior parte das turmas no modelo híbrido, em que metade dos estudantes comparece à escola e a outra metade acompanha as aulas pela internet, alternadamente. “Tem turmas que estão totalmente no presencial, por haver um número menor de alunos em uma sala de aula ampla, que os comporta com o distanciamento de um metro e meio”, explica o diretor do Colégio Marista Paranaense, Gilberto Zimmermann Costa.

Na fila para entrada da escola, há cordões e marcações no chão para indicar a posição em que os estudantes devem se manter até terem a temperatura aferida. Dispensadores de álcool em gel também estão espalhados por toda a unidade. A entrada é feita de forma escalonada, para evitar aglomerações. Nas salas, janelas abertas, distância de 1,5 metro entre as carteiras e troca de máscaras a cada duas horas. No recreio, os lanches são feitos em sala e, somente após terem terminado de comer, os alunos saem para o intervalo, também com horários diferentes para cada grupo.

  • Dispenser de álcool em gel na entrada do Colégio Marista Paranaense
  • Gilmara Brunetto, mãe de João Pedro: "Volta à aula presencial foi a melhor opção neste momento"
  • Chegada de alunos ao Colégio Marista Paranaense
  • João Pedro Brunetto, do 1º ano do ensino médio: "Feliz de reencontrar meus amigos"
  • Sala de aula do Colégio Marista Paranaense
  • Aluno assiste a aula no Colégio Marista Paranaense
  • Chegada de alunos ao Colégio Marista Paranaense. Fotos: Lineu Filho/Tribuna do Paraná
  • Elandia Sorrentino com o filho, Fernando, do 4º ano do fundamental: "Aqui ele está sendo supervisionado"
  • Chegada de aluno ao Colégio Marista Paranaense. Fotos: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

“A escola está bem segura contra o coronavírus. Estou protegido”, avalia João Pedro Brunetto, do 1º ano do ensino médio da instituição. “Estou feliz por matar a saudade das aulas presenciais, de reencontrar os amigos”, afirma. A decisão por retornar ao colégio cabe aos pais, que podem escolher manter os estudantes com aula 100% remota. “Avaliamos os prós e os contras, consultamos os protocolos da escola e achamos que a volta seria a melhor opção para ele neste momento, pensando no emocional dele”, conta a mãe do estudante, Gilmara Brunetto.

A opinião é compartilhada por Elandia Sorrentino, mãe do Fernando, do 4º ano do fundamental I. “As crianças estavam extremamente ansiosas, e sinto uma segurança até maior aqui do que no condomínio onde moramos, porque aqui eles estão sendo supervisionados, não tiram a máscara, passam álcool em gel sempre”, diz.

A opção pelo modelo híbrido foi feita por quase todas as famílias dos 2,7 mil alunos do colégio, segundo o diretor. “Logo no início do ano, quando foi liberada a retomada das aulas presenciais, fizemos uma pesquisa com os pais. Chegou a 90% os que preferiram voltar à escola. Na educação infantil, foi 100%”, conta Costa. Para ele, a presença de estudantes dá vida à instituição. “No ano passado, quando a gente chegava, dava uma tristeza ver o colégio vazio. A razão de existir da escola é ter alunos.”

Preparação para a retomada

Nas unidades do Colégio Sesi, as aulas voltaram na segunda-feira (1º), mas nesta primeira semana as aulas estão sendo totalmente online. As atividades presenciais, no modelo híbrido, começam a partir de segunda-feira (8). “É um momento de adaptação, em que os alunos estão escolhendo as oficinas de aprendizagem que desenvolverão”, conta Jacielle Feltrin Ribeiro, gerente de Educação e Negócios do Sistema Fiep.

Segundo ela, as famílias dos estudantes também têm demonstrado confiança nas medidas adotadas pelos colégios. “Fizemos pesquisas com os pais de cada colégio, de cada público, para verificar o interesse em voltar para a sala de aula. Tem os pais que optam por manter-se no sistema remoto, mas a maior parte dos pais optou pelo retorno escalonado, muito em razão do respeito aos protocolos de segurança. Em algumas escolas esse porcentual ficou em 60%, em outras chegou a 80%”, diz.

Nas três unidades do Colégio Stella Maris, os alunos voltaram a frequentar as salas de aula no dia 25 de janeiro, em uma etapa chamada de Jornada do Conhecimento, em que são retomados conteúdos de 2020, antes do início efetivo do ano letivo de 2021, programado para o dia 22 de fevereiro. Na unidade do Juvevê, entre 10% e 15% das famílias optaram por manter as crianças apenas no ensino remoto, conta a diretora Jacqueline Chiarello Daraia.

“A gente tem que ter o bom senso de deixar essas famílias à vontade. Tudo o que precisa ser feito estamos fazendo”, afirma. Antes do início das aulas, a escola realizou treinamentos com as equipes pedagógica, administrativa e de limpeza, em uma parceria com a Rede D’Or, um dos maiores grupos de saúde do Brasil. Além disso, foram realizadas lives para os pais com orientações do pediatra Rubens Cat, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Ele conseguiu trazer uma tranquilidade para as famílias, no sentido de que nós adultos é que precisamos nos cuidar para a crianças, porque elas não são as principais responsáveis pela transmissão do vírus. Existe a transmissão, mas é uma porcentagem baixa”, explica.

Reencontro com os alunos

Manuella Galvão de Camargo Espínola, professora do 2º ano do fundamental I, conta que esperava muito pelo reencontro com os alunos. “Eles [os alunos] sentiram, e nós também sentimos muita falta dessa ligação, afinal nossa profissão é estar em sala de aula, escrever no quadro, chegar pertinho, dar uma mão”, diz

Ela diz que as crianças estão bem informadas das medidas necessárias para se evitar a contaminação pelo novo coronavírus. “Eles estão conscientes, mas às vezes esquecem. Vão brincar lá fora e daqui a pouco a máscara está abaixo do nariz e a gente tem que cobrar. Mas isso já acontece na rotina da sala de aula: ‘senta direito’, ‘não pode riscar a mesa’. Eles estão aprendendo uma regra a mais”, pondera.

  • Playground foi desativado como medida preventiva
  • Sinalização indica sentido de circulação no Colégio Stella Maris. Fotos: Lineu Filho/Tribuna do Paraná
  • Ocupação das salas foi reduzida à metade
  • Manuella Galvão de Camargo Espínola, professora do 2º ano do fundamental do Stella Maris: "Nossa profissão é estar em sala de aula"
  • Artur Morales, do 3º ano do ensino fundamental: "Ficar em casa é muito chato"
  • Jacqueline Chiarello Daraia, diretoria da unidade Juvevê do Stella Maris: "Tudo o que precisa ser feito estamos fazendo". Fotos: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Na escola, as brincadeiras tiveram de ser adaptadas. “Eu falei para eles: ‘não dá para brincar de goleiro’, porque daí tem que pegar na bola. Então eles fazendo só chute a gol, cada um com uma bola de uma cor diferente. Mas eles mesmos estão criando novas estratégias para brincar. Como não pode encostar no colega, brincam de pega-pega colocando o pé”, conta a professora.

Aluno do 3º ano do fundamental I, Artur Morales conta que está animado por retornar ao colégio. “Ficar em casa todos os dias, não poder passear, é muito chato.” Então eu acho melhor vir para a escola”, diz. “Dá para a gente brincar, fazer atividades, fazer lição junto com os colegas.” Segundo ele, estudar pelo computador é “mais difícil e muito mais chato”.

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