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“Que setor da economia sobrevive com dez anos de defasagem no ressarcimento pro seus custos? O que pedimos é apenas o que é justo e tenho certeza de que a população nos compreende nesse momento", José Fernando Macedo, presidente da AMP | Priscila Forone / Gazeta do Povo
“Que setor da economia sobrevive com dez anos de defasagem no ressarcimento pro seus custos? O que pedimos é apenas o que é justo e tenho certeza de que a população nos compreende nesse momento", José Fernando Macedo, presidente da AMP| Foto: Priscila Forone / Gazeta do Povo

Cerca de 10 mil médicos suspenderam o atendimento a clientes de planos de saúde em todo o estado, ontem, segundo informações das 35 regionais da Associação Médica do Paraná (AMP), do Conselho Regional de Medicina (CRM) e do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar). "Após essa grande manifestação, esperamos que as operadoras de saúde tenham o bom senso de nos procurar", afirma o presidente da AMP, José Fernando Macedo. O pedido é por 92% de reajuste nos procedimentos, adoção da Classificação Brasileira Hierar-quizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), editada pela Associação Médica Brasileira (AMB), como tabela única e cumprimento da regra de correção anual de valores.

Embora a AMB e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) falem em 60 dias, as entidades paranaenses não estipularam prazo para que as operadoras se manifestem. Lembram, no entanto, que a ausência de propostas pode estimular o descredenciamento individual dos médicos, a exemplo do que os cerca de 40 profissionais da cidade de Ivaiporã, no Norte do estado, vêm fazendo desde o mês passado. "Cada processo é individual e tem um tempo, mas acredito que até o fim deste mês a maior parte esteja descredenciada. Os que já atendem só particular dizem que seus pacientes estão buscando reembolso com os planos. Alguns estão pagando a integralidade do que é pedido pelo médico, e outros só o que preveem suas tabelas. Depende da operadora", diz o presidente da regional da AMP e líder do movimento na cidade, o médico Anderson Wagner Garcia. Segundo a AMP, médicos de União da Vitória e Foz do Iguaçu estariam preparando um movimento de descredenciamento parecido ao de Ivaiporã.

Até agora apenas a União Nacional de Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), com 16% de representatividade do total das operadoras, demonstrou desejo de negociar e tem reunião marcada para o dia 18 deste mês.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 33% do mercado, e a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), com outros 34%, ainda não se manifestaram.

Ao longo da semana, nenhuma das três entidades respondeu à Gazeta do Povo as perguntas sobre seus custos e o reajuste pedido pelos médicos – mesmo diante de um aumento no faturamento de 129% entre 2003 e 2009 e dos reajustes acima da inflação para o consumidor final, que acumulam 132,7% desde 2000, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu).

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