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Dois sindicalistas foram presos nesta sexta-feira em Umuarama, região Noroeste do Paraná, no segundo dia da greve dos bancários que atinge todo o país. Wilson de Souza, funcionário do HSBC, e Edilson José Gabriel, bancário do Itaú, foram detidos após tentarem impedir a reabertura de agências na cidade, mesmo após a concessão do interdito proibitório dado pela Justiça comum aos bancos.

A prisão dos dois bancários revoltou a diretoria da Federação dos Bancários de Curitiba (Fetec). "É lamentável que os bancos recorram a instrumentos jurídicos para prender e coagir os trabalhadores, ao invés de reconhecer o trabalho dos bancários e conceder aumento real", disse o presidente Adilsom Stuzata.

De acordo com o Sindicato dos Bancários de Umuarama, em texto publicado no site da Fetec, a primeira prisão ocorreu às 11h30 desta sexta. Wilson de Souza, que fazia parte de uma comissão de esclarecimentos naquele local, insistiu em deixar a faixa de greve para a adesão dos empregados e acabou detido pela Polícia Militar. Pouco depois, por volta do meio dia, Edílson José Gabriel foi detido também por tentar manter as agências fechadas. Os trabalhadores ficaram cerca de duas horas na delegacia.

Adesão aumenta

Segundo a assessoria de imprensa da Fetec, o segundo dia de greve começou com 263 agências fechadas em todo o Paraná. Na grande Curitiba, 168 agências, das 300 existentes, não funionaram. "O número foi maior que o de ontem (140), mas durante o dia sofremos algumas baixas porque o Itaú e o Bradesco conseguiram interditos proibitórios e obrigaram os trabalhadores a reabrir as portas", explicou José Altair Monteiro, diretor da Fetec. No interior, os trabalhadores de 95 agências aderiram à manifestação.

Caixas eletrônicos

O atendimento nos caixas eletrônicos da maioria das agências foi mantido, segundo a Fetec. "A nossa orientação, que era inclusive um compromisso, era de que os auto-atendimentos continuassem funcionando durante todo o dia, principalmente para não prejudicar os aposentados e pensionistas que recebem seus benefícios. Pode ter tido um caso ou outro em que isso não aconteceu, mas na maioria das agências os próprios bancários em greve auxiliavam os aposentados", garantiu Monteiro.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, existem 25.812 bancários registrados no Paraná, 15.354 deles na grande Curitiba. Deste total, 9.200 aderiram à greve na capital e mais 1.800 no interior do Paraná, segundo a Fetec.

Se a Federação Nacional dos Bancos não apresentar uma nova proposta aos trabalhadores, a greve continuará na próxima semana.

A negociação

No Paraná, existem dois sindicatos que representam a categoria dos bancários. A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec) é filiada à Central Única dos Trabalhadores e representa os trabalhadores com sedes nas cidades de Curitiba, Londrina, Cornélio Procópio, Arapoti, Apucarana, Paranavaí, Umuarama, Campo Mourão, Toledo, Assis Chateaubriand e Guarapuava.

Já a Federação dos Empregados dos Estabelecimentos Bancários (Feeb) conta com representantes em Paranaguá, Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Maringá, Goioêre, Cianorte, Cascavel, Foz do Iguaçu, Pato Branco e União da vitória.

Valores não agradam

Todos os sindicatos fizeram assembléias e não aceitaram a proposta apresentada nesta terça-feira. Nela, os bancos oferecem 2,85% de reajuste (valor corrigido pela inflação do período 1.º de setembro de 2005 até 31 de agosto de 2006), mais participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% de um salário, mais R$ 823 de adicional. Além disso, outros R$ 750 seriam pagos caso o lucro dos bancos superasse em 20% o índice do ano anterior.

"Fizemos uma análise e chegamos a conclusão de que os valores não agradam", explicou Sônia Boz, membro da diretoria do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

Os trabalhadores exigem um reajuste 2,85% -mesmo valor ofertado pelos patrões – mas querem também um adicional por produtividade de 7,05%. Além disso, a categoria quer um salário de PLR – não 80% como oferecem os bancos - mais um adicional de R$ 1.500.

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