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O dólar encerrou praticamente estável nesta sexta-feira (27) refletindo maior tranquilidade dos investidores com expectativas de que novas medidas de estímulos para a zona do euro podem ser anunciadas, como a compra de títulos de países da região, para enfrentar a crise.

O dólar fechou com leve variação positiva de 0,04%, a R$ 2,0233. No acumulado da semana, a moeda norte-americana permaneceu estável.

Caso medidas de estímulo econômico realmente sejam tomadas, operadores de câmbio acreditam, no entanto, que o dólar pode voltar a ter uma maior tendência de queda ante o real. Isso aumenta a possibilidade de mais fluxo de capitais que entram no Brasil, enfraquecendo a moeda norte-americana.

"Vamos ver o que vai sair da reunião do Banco Central Europeu (BCE) na semana que vem. Também há expectativas de que outros bancos centrais, como o Fed (banco central dos Estados Unidos) possam tomar medidas. Se isso se confirmar o dólar pode cair mais", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel, prevendo maior entrada de recursos no país.

O otimismo dos mercados aumentou ainda mais depois da notícia de que o presidente do BCE, Mario Draghi, se encontraria com o presidente do Bundesbank (banco central alemão), Jens Weidmann, para discutir várias medidas, incluindo a compra de bônus para ajudar a zona do euro.

Nesta sexta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, prometeram fazer tudo o que puderem para proteger o euro. O discurso reforçou as declarações do próprio Draghi, que também prometeu, na quinta-feira, fazer o que for necessário para proteger a zona do euro de um colapso.

Draghi foi o responsável por gerar uma recuperação dos mercados durante boa parte da semana. O movimento do dólar ante o real acompanhou essa melhora e anulou os ganhos da segunda e terça-feira, encerrando a semana estável.

Battistel acredita que, diante de medidas, a divisa norte-americana pode cair mais ante o real, o que ainda aumenta as chances do BC optar por não rolar os contratos de swap cambial tradicional --que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro-- que estão para vencer no dia 1º de agosto, num montante de 4,57 bilhões de dólares.

O BC já deixou claro que também não deseja o dólar abaixo de 2 reais. Quando a moeda chegou nesse patamar, no início do mês, o diretor Política Monetária do BC, Aldo Mendes, declarou que a autoridade monetária poderia atuar comprando dólares no mercado futuro caso fosse necessário.

Reportagem da Bloomberg desta sexta-feira informou que o BC provavelmente não faria a rolagem dos contratos, segundo uma fonte oficial do governo. Por isso, segundo o operador de câmbio da Renascença Corretora, José Carlos Amado, o dólar não caiu mais ante o real nesta sessão, ficando em torno da estabilidade na parte da tarde da sessão.

"Essa expectativa de que o BC não role os contratos ajudou a anular essas perdas. Mas a moeda também não tem muito impulso de alta, até porque talvez o mercado não precise mais de dólares e fazer hedge para se proteger", disse, acrescentando que talvez a demanda de um leilão de swap fosse pequena.

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