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A britânica BP é um exemplo de multinacional que está investindo no setor de álcool brasileiro. Uma das maiores empresas de petróleo do mundo, a companhia fundou em 2006 a BP Biofuels, seu braço para biocombustíveis. Em entrevista à Gazeta do Povo, Mario Lindenhayn, presidente da BP Biofuels Brasil, explica que a empresa aposta na criação de um mercado global para o produto e que a produção brasileira é central para que o produto atenda 20% da demanda global de combustíveis em 2020.

O que faz uma empresa de petróleo investir em etanol?

A BP é a primeira empresa de petróleo a investir em etanol no Brasil. Em 2006 foi fundada a BP Biofuels e desde então investimos US$ 1,5 bilhão em produção e desenvolvimento de tecnologia. A empresa entende que o mercado de biocombustíveis, que hoje está em torno de 2% da demanda global de combustíveis, chegará a 20% em 2020. Nós concentramos uma grande parte dos nossos esforços no Brasil porque o etanol feito de cana-de-açúcar é o biocombustível mais competitivo hoje. Apesar de ser produzido no país por 70 anos, ainda há um grande potencial de aperfeiçoamento. É possível melhorar o processo produtivo, a tecnologia empregada e a logística, o que vai dar mais competitividade ainda ao etanol de cana no futuro.

Como o Brasil se encaixa nos planos da BP?

Nós investimos em 2008 na aquisição de 50% de participação na Tropical Bioenergia, uma usina localizada em Goiás. Começamos a produzir etanol no ano passado. Vemos o Brasil como um dos pilares de crescimento da companhia. Fora do país, temos uma joint-venture nos Estados Unidos com a Verenium para a produção de etanol celulósico e vamos montar a primeira usina comercial desse tipo de combustível nos Estados Unidos até 2012. Também temos um joint-venture com a DuPont para o desenvolvimento de biobutanol. O Brasil representa entre 25% e 30% da demanda global por etanol e tem o potencial de atender todo seu consumo interno, que vem crescendo 10% ao ano, e também uma aceleração na demanda internacional que esperamos para os próximos anos.

Vocês têm planos de trazer para o Brasil a pesquisa de etanol celulósico?

Por enquanto o produto é desenvolvido nos EUA, mas nós levamos em consideração a possibilidade de trazer a tecnologia para o Brasil. Com o bagaço de cana podemos produzir hoje eletricidade. Com essa tecnologia, teríamos a opção de transformar o bagaço em etanol.

Há a possibilidade de fazer aquisições durante a consolidação do mercado brasileiro?

Vamos primeiro desenvolver melhor a Tropical Bioenergia. Precisamos tirar alguns gargalos para chegar à capacidade máxima e também temos a intenção de construir uma outra usina. Posso dizer que a BP também terá um papel significativo no processo de consolidação desse setor nos próximos anos, porque queremos atingir uma posição de liderança.

A que distância estamos da criação de um mercado global de etanol?

No meu ver a indústria está progredindo bem, com um bom nível de investimento em produção e a preocupação de governos em reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Além disso, a tecnologia ainda está em evolução. O etanol terá um peso importante no consumo global de combustíveis. (GO)

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