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Os preços dos alimentos continuam a pressionar a inflação, sendo o principal fator de alta de dois indicadores divulgados na manhã desta terça-feira, o IPCA-15 e o IPC-S.

A aceleração da inflação coincide com um momento de expectativa dos mercados em torno da definição de quem será o presidente do Banco Central no governo Dilma Rousseff.

A ansiedade dos investidores aumentou depois que fontes confirmaram que Guido Mantega, considerado menos rigoroso com os gastos públicos, seguirá como ministro da Fazenda. Parte do mercado gostaria de ver à frente da autoridade monetária um contrapeso a Mantega, de preferência o próprio presidente atual.

Mas Henrique Meirelles não continuará no cargo, segundo informação dada à Reuters por uma fonte próxima ao futuro governo. Nem por isso os investidores têm maiores motivos para se preocupar, pelo menos no que se refere aos nomes que têm circulado como possíveis substitutos.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, além do atual diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini, considerado favorito por muitos, seriam cotados também: Fábio Barbosa, presidente do Santander Brasil e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Luiz Carlos Trabucco, presidente-executivo do Bradesco, e Octavio de Barros, economista-chefe do mesmo banco.

Dilma deve ter um encontro com Meirelles esta semana. Na noite de segunda-feira, o presidente do BC disse a jornalistas que "vamos anunciar na hora certa", após ser perguntado quando se reunirá com a presidente eleita.

"Espero terminar de fato este mandato, que é o mandato do presidente Lula, concluindo esse tipo de trabalho, de responsabilidade do Banco Central no Brasil, que é zelar pela estabilidade macroeconômica", disse em discurso na véspera, num claro tom de despedida, ainda que negado por ele mais tarde.

Pressões

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve alta de 0,85 por cento na terceira prévia de novembro, a mais forte desde o 0,98 por cento registrado em abril deste ano.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,86 por cento em novembro, acelerando em relação ao 0,62 por cento do mês passado.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) explicou que, entre os grupos de preços pesquisados para o IPCA-15, "o maior resultado... continuou vinculado ao grupo alimentação e bebidas, cujo movimento de alta foi ainda mais intenso, chegando a 2,11 por cento em novembro", depois de atingir 1,70 por cento em outubro.

A pressão dos alimentos foi detectada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC já em sua última reunião, em outubro, quando, pela segunda vez seguida, manteve o juro básico sem alteração.

Segundo a ata do encontro, o cenário de curto prazo da inflação havia sido impactado negativamente por esse fator, na comparação com reunião anterior, no início de setembro.

Mas o comitê lembrou que "há defasagens entre a política monetária e seu efeito sobre a economia real para considerar que as altas promovidas desde abril ainda não foram totalmente sentidas".

A aceleração dos preços mostrada recentemente, porém, tem feito o mercado elevar suas projeções para a inflação em 2011. O último relatório Focus mostrou previsão de 5,15 por cento, ante 5,05 por cento da semana anterior. A meta de inflação é de 4,5 por cento, com tolerância de 2 pontos percentuais.

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