O que mais chama a atenção, assim que se bota a mão no Octa, é o visual mais elegante e refinado do aparelho, em comparação a outros produtos da marca| Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

A paranaense Positivo Informática já deixou claro várias vezes que quer repetir, no mercado de celulares, o mesmo sucesso que obteve com os computadores, segmento em que é líder há dez anos. Uma missão ambiciosa, mas também ingrata – no Brasil, 95% do mercado de smartphones está concentrado em seis grandes marcas estrangeiras, que não têm poupado esforços para disputar a atenção dos usuários locais.

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A mais nova tentativa da Positivo para se fazer notar neste ambiente tão concorrido veio à tona no mês passado, com o lançamento no varejo do Positivo Octa, smartphone que ainda se enquadra na categoria dos aparelhos intermediários, mas mirando a ponta da pirâmide. É, de longe, o melhor celular já produzido pela empresa – o que não significa que conseguirá chamar a atenção dos usuários tão facilmente.

Visual

O que mais chama a atenção, assim que se coloca a mão no celular, é o visual elegante e refinado do aparelho, em comparação com outros produtos da marca. Toda a frente do Octa é escura e não há nem sequer o logo da Positivo, que surge apenas na parte traseira. Os cantos são quase retos, um diferencial interessante às curvas quase onipresentes nas extremidades de outros celulares.

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Na traseira, há uma proteção Gorila Glass que cobre a superfície repleta de pequenos pontos, o que também contribui para o visual mais refinado. Aí, surge um porém: devido a esta proteção, a traseira pode ser escorregadia, ainda mais se a mão do usuário estiver um pouco suada. Outra opção duvidosa da marca foi colocar a saída dos alto-falantes externos no “pé” do celular, justamente o local em que o usuário inevitavelmente vai apoiar a mão para assistir vídeos ou jogar games com o celular na posição horizontal. Neste caso, a saída é tapada e o som fica prejudicada.

Veja as principais configurações do Octa:

- Tela IPS de 5 polegadas com resolução HD 1.280 x 720 pixels

- Processador Octa-Core 1.4 GHz da Mediatek

- Android 4.4 (Kit Kat)

- Câmera traseira de 13 MP e frontal de 5 MP

- 8 GB e 16 GB de armazenamento. Aceita cartão micro SD de até 32 GB

- Vendido nas cores preto, branco e dourado (edição limitada)

- Dual chip

- Peso de 150 gramas

O Octa tem uma tela de 5 polegadas e, finalmente, uma resolução condizente com outros aparelhos do mercado (a resolução de tela sempre foi um dos pontos fracos dos demais celulares da marca). A resolução é HD, com 1.280 x 720 pixels, permitindo cores nítidas e imagens bem definidas, tanto para fotografias quanto vídeos.

Câmera

Falando em fotos, o celular vem com uma câmera traseira de 13 MP e uma frontal de 5 MP. O principal diferencial da câmera traseira não é a qualidade da imagem – que é satisfatória, embora funcione melhor em ambientes bem iluminados –, mas sim a velocidade de captação da foto, acima de outros modelos de marcas como Motorola e Asus. Ao se clicar no botão da foto, a imagem é capturada instantaneamente, sem aquele delay característico dos celulares.

A frontal, de 5 MP, quebra o galho na hora de tirar selfies, mas também depende de uma mão firme e um ambiente bem iluminado para garantir boas imagens, com foco. A Positivo trouxe um recurso que permite tirar selfies com a câmera traseira, mas que acaba se mostrando um tiro no pé. Para que a câmera identifique o rosto e tire a foto automaticamente, sem ser preciso apertar nenhum botão, o usuário tem que fazer um gesto com a mão, imitando um V com os dedos. Fora esse inconveniente, durante os testes o recurso simplesmente não funcionou na grande maioria das vezes.

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Processador

Ao fim, a maior aposta da Positivo é em uma característica que não salta aos olhos do usuário: a configuração do processador, um True Octa-Core. O hardware permite que até oito núcleos do processador operem simultaneamente, enquanto um módulo de controle distribui as atividades do celular nestes vários núcleos, impedindo uma alta repentina da temperatura e travamento do smartphone. Na prática, a promessa é de um smartphone rápido e com uma bateria duradoura.

Sites especializados como o TecMundo, Adrenaline e CanalTech, no entanto, criticaram a autonomia da bateria, que em testes de uso intenso (com vídeos sendo exibidos de forma constante e com todos os sensores ativos, por exemplo) não chegou a quatro horas. Mesmo em uso moderado, e isso foi possível perceber durante o teste da reportagem, é grande a chance de ser preciso recorrer ao carregador antes do fim do dia.

Já o desempenho na hora de navegar por aplicativos e rodar jogos pesados – como o Asfalt 8, NOVA 3 e Injustice – é de fato bem satisfatório, sem a ocorrência de travamentos ou lentidão. A navegação é fluida e rápida, mas, ao mesmo tempo, não é possível notar a diferença com outros celulares intermediários, mais em conta.

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Custo-benefício

E é justamente no preço que surge o maior dilema do Octa. Na linha de se reposicionar no mercado e tentar atender usuários mais exigentes, a Positivo trouxe seu novo celular a preços mais salgados. A versão de 8GB sai por R$ 899 e a de 16GB, por R$ 949. A título de comparação, o novo Moto G sai a partir de R$ 779 e o Zenfone 5, por R$ 699.

A maior dificuldade da Positivo Informática está justamente em convencer o usuário que vale a pena pagar mais por uma marca de pouca tradição no segmento de celulares e em um aparelho que é bom e honesto, mas não excelente, pensando em seu preço. A falta de recursos inovadores ou funcionalidades exclusivas no Octa também dificulta que o usuário opte pelo aparelho em vez de outros que já estão consolidados no mercado. É preciso reconhecer o esforço da empresa em elevar o nível de seus produtos, mas será preciso algo mais para de fato a Positivo se tornar relevante neste mercado.