O dólar caiu a 1,68 real nesta sexta-feira (1º), estabelecendo um novo recorde de baixa dos últimos dois anos, com a manutenção da tendência global de desvalorização da moeda norte-americana.
A moeda norte-americana caiu 0,65 por cento, para 1,681 real - menor patamar de fechamento desde 3 de setembro de 2008. No ano, o dólar tem queda de 3,56 por cento.
No exterior, o euro subia 1,1 por cento às 16h30, acima de 1,37 dólar. A maioria das moedas tem se fortalecido ante o dólar por causa da expectativa de que o Federal Reserve terá de adotar mais estímulos para a economia.
Dados sobre confiança, indústria e inflação divulgados nesta sessão reforçaram essa tese. Integrantes do Fed, como William Dudley e Charles Evans, também sinalizaram apoio a um aumento da oferta monetária .
Já na China, o índice oficial das fábricas subiu de 51,7 para 53,8 em setembro e a medida das manufaturas feita pelo HSBC mostrou forte alta .
No Brasil, a queda do dólar tem sido facilitada pela ausência de novas medidas do governo contra a valorização do real.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vêm indicando a possibilidade de compras de dólares pelo Fundo Soberano e mais taxação sobre o capital estrangeiro, mas por ora a política se restringe a dois leilões diários do BC no mercado.
O discurso das autoridades conseguiu sustentar o dólar acima de 1,70 real na maior parte de setembro, apesar do expressivo fluxo de dólares pela oferta de ações da Petrobras. Mas, com a proximidade das eleições, o mercado considerou improvável que mais medidas pudessem ser anunciadas e abriu caminho para a queda do dólar.
"Ganhamos uma sobrevida, porque pode ter segundo turno. Isso fez com que o mercado visse que, mesmo rompendo a barreira de 1,70 real, o governo estava de mão atada", disse Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista.
Ao longo da semana, profissionais também atribuíram o rompimento do piso de 1,70 real a uma antecipação de entradas por conta de um eventual aumento da tributação sobre capital estrangeiro, além da pressão provocada pelas posições vendidas de mais de 16 bilhões de dólares dos estrangeiros nos mercados futuros e de cupom cambial (DDI).
Nesta sessão, o volume de operações registradas na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa foi de 2,6 bilhões de dólares até poucos minutos antes do fechamento. A média no mês passado era de aproximadamente 3 bilhões de dólares.
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