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Os contrabandistas usam notas fiscais falsas ou de empresas “laranjas” para distribuir os produtos | Hedeson Alves - Gazeta do Povo
Os contrabandistas usam notas fiscais falsas ou de empresas “laranjas” para distribuir os produtos| Foto: Hedeson Alves - Gazeta do Povo

A maioria dos produtos tinha nota fiscal falsa

  • Encomendas passam por um raio X na central de distribuição em Curitiba

A Operação Leão Expresso 13, realizada pela Receita Federal (RF) entre segunda-feira (13) e terça-feira (14), resultou na apreensão de R$ 72 mil em mercadorias contrabandeadas, que eram distribuídas pelos Correios. A fiscalização acontece na Central de Recepção e Distribuição de Encomendas dos Correios de Curitiba. Entre as mercadorias estão eletrônicos, produtos de informática e até cigarros.

De acordo com a Receita, os produtos são encomendados pela internet. Grande parte das encomendas apreendidas durante a operação havia sido remetida de cidades da região Oeste do Paraná. Elas têm origem no Paraguai e seriam enviados pelos Correios para todo Brasil. O chefe da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da RF, Sérgio Lorente, explica que os contrabandistas usam notas fiscais falsas ou de empresas "laranjas" para distribuir os produtos.

Em dois dias de operação, os fiscais encontraram irregularidades em 32 encomendas. Para chegar até elas, foi usado um raio X. Os agentes da Receita também conferiram os dados constantes nas notas fiscais dos produtos para descobrir as fraudes. No total foram mais de 100 unidades apreendidas, entre notebooks, câmeras digitais, videogames, pen drives e aparelhos de MP3.

Todos os dias passam pela central dos Correios 40 mil encomendas. Apesar de pequena a fração dos produtos fiscalizados, Lorente não acredita que a proporção de contrabando seja maior do que o encontrado. "Nós fizemos uma seleção rigorosa para pegar realmente aqueles que têm irregularidades", explicou.

Os Correios do Paraná contam com cinco aparelhos de raio X e, segundo o assessor de imprensa da empresa, Paulo Araújo, a fiscalização das encomendas é feita rotineiramente. Também é utilizado um aparelho chamado espectrômetro para detectar a presença de drogas nas embalagens. "Além disso, contamos com denúncias anônimas da população para encontrar este tipo de mercadoria", disse.

As pessoas que fizeram as compras e revenderam os produtos serão intimadas a comparecer na Receita Federal para prestar esclarecimentos. De acordo com Lorente, além de perder as mercadorias, elas serão multadas e poderão ser indiciadas por crime de contrabando e descaminho. Os cigarros e os produtos piratas serão destruídos. Já os outros materiais devem ser doados para entidades assistenciais.

Perdas

Segundo Lourenti, o pais deixa de arrecadar cerca de 3 bilhões por ano com o contrabando pela internet. Em 2008 a Receita Federal apreendeu 142 milhões de dólares em produtos contrabandeados em todo Paraná. Nos seis primeiros meses deste ano as apreensões somam 65,8 milhões.

Orientação

Para evitar que os compradores acabem sendo vítimas dos contrabandistas pela internet, o chefe da RF dá dicas. O primeiro passo é verificar se a empresa não é "laranja".

"O comprador deve pedir telefone, endereço e o CNPJ da empresa, antes de fechar o negócio", explica. Com os dados é possível conferir no site da Receita Federal se a empresa está regularizada e se o ramo de negócios condiz com o produto que o consumidor pretende comprar.

Além disso, o comprador deve desconfiar de preços anunciados abaixo do praticado no mercado. Outra estratégia usada pelos contrabandistas é fornecer um nome na hora da compra e um diferente na hora de fazer o depósito do pagamento.

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