O governo decidiu ampliar a artilharia para tentar conter a queda do dólar. Ontem pela manhã, quando as cotações caíram para a casa de R$ 1,69, o Banco Central fez duas compras: uma no mercado futuro e outra no mercado à vista. Na sequência, o ministro da Fa­­zenda, Guido Mantega, foi a público para avisar que o Brasil "não permitirá a apreciação excessiva do real". A ação deu resultado e a moeda americana fechou o dia 0,29% mais cara, a R$ 1,711.

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A entrada de dólares continua a todo vapor e a moeda acabou negociada, ainda que por pouco tempo, abaixo de R$ 1,70 pela primeira vez desde outubro de 2011. Diante do preço, o BC iniciou a reação do governo: avisou que compraria ainda pela manhã até US$ 2 bilhões no mercado futuro em contratos conhecidos como "swap cambial reverso". A operação, que equivale à compra de dólares no futuro, não era realizada desde 30 de agosto de 2011.

Na intervenção, foram adquiridos US$ 174,7 milhões. À tarde – já com as cotações em ligeira alta –, a instituição voltou aos negócios para adquirir mais dólares, dessa vez no mercado à vista. Com essas atuações, o BC acumula intervenções em três frentes nas últimas semanas: no mercado à vista, em negócios a termo e também com o swap cambial reverso.

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Guerra cambial

Em São Paulo, Mantega também reagiu. Em entrevista, disse que o Brasil tem "um grande arsenal de instrumentos" que poderão ser usados para "evitar uma apreciação excessiva" do real. Sem informar qual seria a faixa ideal para as cotações, o ministro previu que a chamada "guerra cambial" vai se intensificar durante o ano conforme a economia mundial perder fôlego. "Guerra cambial" é a ex­­pressão usada por Mantega para identificar a estratégia de alguns países que têm desvalorizado propositadamente as moedas para aumentar a competitividade das exportações.