Nota de dólar.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O dia seguinte às eleições de 1.º turno abriu agitado no mercado financeiro, reflexo dos resultados vistos nas urnas. O dólar comercial começou em forte queda e acabou recuando 2,354%, para R$ 3,76, patamar que não era visto desde o início de setembro, quando a corrida eleitoral começou a esquentar de verdade. Na B3, o pregão abriu em euforia, com pico de 87.157 pontos às 10h20. Em pré-fechamento, o Ibovespa apontava alta expressiva de 4,57% às 17h11, a 86.084 pontos.

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O desempenho da Bolsa nesta segunda foi impulsionado por ações de estatais, com destaque para os papeis da Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras. “Petrobras é um papel que vinha barato comparado com pares internacionais. E aí teve sinalização positiva do ponto de vista política, o que fez o mercado olhar para o Brasil. Outras ações são mais por euforia. [A alta da] Eletrobras não tem fundamentos”, diz Nicolas Takeo, analista da Socopa.

As estatais têm se beneficiado de afirmações de Bolsonaro de que pretende privatizar empresas, o que foi repetido em entrevista à rádio Jovem Pan na manhã desta segunda (8). Ele não detalhou ainda quais companhias devem ser vendidas e nem quanto espera arrecadar com as operações.

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Na mesma esteira, algumas estatais de Minas Gerais também se valorizaram. Em relatório, a Rico Corretora atribui o desempenho ao avanço do candidato do Novo, Romeu Zema, na corrida pelo governo de Minas Gerais. A Cemig ganhou 17,80%. "Durante sua campanha, Zema defendeu a recuperação financeira e a possível privatização da Cemig com o objetivo de reduzir as tarifas aos clientes", diz a corretora.

Com 46,03% dos votos válidos no primeiro turno, Bolsonaro vai para a disputa do segundo turno pela Presidência como favorito. Enfrentará o petista Fernando Haddad, o preferido de 29,28% do eleitorado brasileiro. O candidato do PSL é o favorito do mercado.

A eleição de 52 deputados federais do partido, que formará a segunda maior bancada da Câmara, também contribuiu para o otimismo — isso ajudará a dar governabilidade a Bolsonaro caso ele vença no segundo turno. Dados da consultoria Eurasia, divulgados pelo site especializado em investimentos InfoMoney, apontam que Bolsonaro teria 75% de chance de vencer no segundo turno.