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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que operou em queda durante todo o dia, desabou no fim do pregão, acompanhando a piora do humor de Nova York. Com isso, o índice fechou abaixo dos 30 mil pontos pela primeira vez em exatos três anos, desde outubro de 2005.

O índice Ibovespa - referência para o mercado brasileiro - teve baixa de 6,5%, fechando aos 29.435 pontos. O volume de negócios mostra que a bolsa está atraindo um número menor de investidores. No dia, ficou em R$ 3,24 bilhões, bem abaixo dos R$ 6 bilhões que eram registrados no primeiro semestre.

Com a intensificação da queda no fim do pregão, além de cair abaixo do patamar de 30 mil pontos, a Bovespa acumulou a quinta desvalorização seguida, acumulando, desde a última terça-feira, queda superior a 25%. Desde o início do ano, as perdas do índice já encostam em 54%.

Grandes bancos

Nem a divulgação de bons resultados dos principais bancos comerciais brasileiros no dia conseguiu tirar a Bovespa do terreno negativo. Bradesco e Itaú lucraram, respectivamente, R$ 1,9 bilhão e R$ 1,8 bilhão. De acordo com a consultoria Economatica, são os terceiro e quarto maiores lucros trimestrais da história para bancos brasileiros.

Entre as principais ações negociadas no mercado brasileiro, foram poucas as altas. Com o lucro expressivo e a divulgação de uma exposição cambial abaixo do esperado, as ações do Itaú fecharam em estabilidade. As ações da Bradespar, que inclui o banco Bradesco, tiveram forte baixa no dia.

As "blue chips" Petrobras e Vale do Rio Doce tiveram um dia bastante negativo. Os papéis mais negociados da Petrobras afundaram mais de 11% com a queda do petróleo. As ações PN da Vale tiveram baixa de aproximadamente 8%.

Exterior

Em Nova York, os índices oscilaram muito durante todo o pregão, mas, na última hora de negociações, o Dow Jones sucumbiu e teve baixa de mais de 2%. Os preços do petróleo voltaram a cair no dia, aproximando-se de um novo "patamar psicológico" de US$ 60.

As bolsas européias fecharam sem direção definida. Em Londres, o índice FTSE-100 recuou 0,40%,. O CAC-40, de Paris, diminuiu 3,80%. Em Madri, o Ibex-35 teve perdas de 4,19%. A exceção no meio das perdas foi a Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, onde o DAX subiu 1,08%, aos 4.342,12 pontos.

Dia de perdas também na Ásia: a bolsa de valores do Japão fechou o pregão no menor patamar em 26 anos e a maioria dos mercados asiáticos registrou fortes quedas durante uma sessão caótica. O índice Nikkei fechou com queda de 6,36%, no menor nível desde 1982.

A bolsa de Taiwan fechou em queda de 4,65%, aos 4.366 pontos. Em Hong Kong, a bolsa local amargou um tombo de 12,70%, enquanto o índice acionário de Xangai encerrou o pregão com uma desvalorização de 6,32%.

Nas Filipinas, o pregão foi suspenso temporariamente depois que o índice da bolsa local recuou 10%. Na Índia, o índice acionário perdia 4,28%, para 8.338 pontos, perto do fechamento. Na Coréia do Sul, a bolsa conseguiu encerrar o dia com uma leve alta de 0,82%, depois de ter passado a sessão volátil.

Cenário global

Nas últimas semanas, países europeus têm anunciado cortes nas taxas de juros e injeções bilionárias em bancos em crise, buscando reduzir os efeitos da crise sobre o sistema financeiro e sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Os Estados Unidos definiram também a liberação de US$ 125 bilhões do pacote anticrise de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso norte-americano no início deste mês. Grandes bancos do país receberão o dinheiro, de acordo com um funcionário do Tesouro Americano.

Nesta segunda-feira, foi a vez da Bélgica voltar a agir para salvar um banco: o país anunciou a injeção de 3,5 bilhões de euros no banco KBC. A instituição, que afirma estar protegida de qualquer problema de liquidez ou solvência, era até agora o único grande banco belga que não havia recorrido ao Estado ou a uma instituição estrangeira para enfrentar a crise.

No Japão, o BC local anunciou uma série de novas medidas para apoiar os mercados financeiros, entre elas o aumento de um fundo governamental destinado a injetar capital nos bancos em caso de necessidade.

Na Coréia do Sul, o Banco da Coréia (BOK, banco central sul-coreano) cortou inesperadamente sua taxa de juros de referência em 0,75 ponto porcentual, para 4,25%, como parte das medidas para amenizar o impacto da turbulência do mercado financeiro sobre a economia. É a maior redução da taxa na história da Coréia do Sul, segundo o banco central.

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