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O Brasil caiu nove posições no ranking mundial de competitividade, passando do 57ª, em 2005, para a 66ª, em 2006, segundo o Relatório de Competitividade Global 2006-2007 divulgado nesta terça-feira pelo Fórum Econômico Mundial com uma pesquisa realizada entre empresários de 125 países. O estudo mostrou ainda que a Suíça assumiu a liderança do ranking, desbancando os Estados Unidos que caíram seis posições.

Segundo o documento, a queda do Brasil no ranking reflete particularmente a posição pobre no pilar macroeconômico, no qual ocupa o 114º lugar, contra 91º do relatório anterior. O estudo, que, no Brasil, foi feito em parceria com a Fundação Dom Cabral e o Movimento Brasil Competitivo, aponta entre os principais problemas do país o elevado déficit público, apontou o estudo.

O relatório apontou que, apesar do grande mercado doméstico brasileiro e da base industrial diversificada, o país não está crescendo na mesma velocidade que outros mercados emergentes.

Além dos altos níveis de endividamento público, o Fórum aponta os efeitos negativos no Brasil das altas taxas de juros, "somadas a um ambiente institucional ineficiente, uma cultura de burocracia e uma economia baseada na informalidade".

Apesar desse quadro, o Fórum vê algumas perspectivas positivas sobre o Brasil.

- Primeiro, houve certo progresso para melhorar a gestão das finanças públicas na última década. Esforços nessa área devem liberar recursos governamentais para investimentos em educação, setor vital para aumentar a competitividade - afirmou o economista-chefe e presidente da Rede de Competitividade Global do Fórum, Augusto Lopez-Claros.

- Por último, o Brasil detém uma comunidade de negócios desenvolvida e sofisticada, com bastante capacidade de se adaptar aos desafios de uma economia global de crescente complexidade - acrescentou.

Segundo o estudo, Suíça, Finlândia e Suécia são as economias mais competitivas do mundo, seguidas por Dinamarca, Cingapura e EUA, uma economia que nos útlimos anos ocupava a liderança indiscutível dessa lista de países e que agora vem apresentando um retrocesso mais acentudado, caindo do primeiro para o sexto posto.

Completam o ranking dos países com economias mais competitivas o Japão, Alemanha, Holanda e Reino Unido. Na região da América Latina e Caribe, o Chile é o país que, mais uma vez, ocupa o topo na região (27º da lista), seguido por Costa Rica (53º), Panamá (57º) e México (58º).

- Isso não significa que os EUA não continuem sendo uma das economias mais competitivas do mundo - disse o economista-chefe da instituição, Augusto López-Claros.

Segundo ele, a competitividade geral do país está ameaça por grandes desequilíbrios macroeconômicos, em particular pelos crescentes níveis de dívida pública associados aos déficits fiscais.

A pesquisa mostra ainda que seu ranking relativo, os EUA se mantêm vulneráveis a um possível ajuste desordenado destes desequilíbrios, incluídos os historicamente altos déficits comerciais.

- A Suíça dispõe de uma infra-estrutura muito bem desenvolvida em matéria centífica e de tecnologia - disse López-Claros, ressaltando que naquela país existe uma estreita colaboração entre centros de pesquisa e empresas.

O Fórum, instituição privada com sede em Genebra, explicou que essas listas são elaboradas combinando dados públicos objetivos e os resultados da pesquisa anual realizada neste ano entre 11 mil empresários.

A metodologia foi desenvolvida pelo professor espanhol Xavier Sala y Martín, da Universidade de Columbia.

- A introdução do Índice de Competitividade Global é uma extensão lógica do trabalho sobre competitividade realizado pelo Fórum - disse López-Claros.

O documento contribui para "compreender melhor os fatores que determinam o crescimento econômico e ajudará a explicar por que alguns países conseguem melhor do que outros aumentar os níveis de renda e as oportunidades de seus respectivos habitantes", disse Klaus Schwab, fundador e presidente-executivo da instituição em comunicado.

A lista de países pesquisados foi ampliada a algumas das economias menos desenvolvidas, como as de Angola, Barbados (que se situa acima de uma economia européia como a da Itália (42º), Burquina Faso, Burundi, Lesoto, Mauritânia, Nepal, Suriname e Zâmbia.

Assim como nos útlimos anos, os países nórdicos se mantêm em posições destacadas, como a Finlândia (2º), Suécia (3º) e Dinamarca (4º), figurando entre as dez economias mais competitivas, já que registraram importantes superávits orçamentários e têm uma média de dívida pública inferior ao do restante da Europa.

Entre as demais economias mundiais, a Rússia passou do posto 53 em 2005 para 62, neste ano. Segundo o documento, isso é explicado porque naquele país "o setor privado tem sérios receios sobre a administração da justiça".

"A reparação legal na Rússia não é rápida, nem transparente, nem barata, diferentemente das economias mais competitivas do mundo", diz o documento.

Na Ásia, Cingapura lidera a lista, no 5º lugar, seguido pelo Japão (7º), Hong Kong (11º) e Taiwan (13º). Coréia do Sul ocupa o 24º posto, Índia (43º), enquanto a China caiu do 48º para o 54º, "caracterizada por um comportamento heterogêneo".

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