O governo federal pretende proibir o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia e restringir o seu cultivo em áreas usadas para a produção de alimentos, disse na segunda-feira o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
"Queremos participar no mercado externo (de etanol), e não queremos ter quaisquer problemas", disse ele, em referência à discussão a respeito do impacto dos biocombustíveis sobre a produção de alimentos, que se intensificou depois do encarecimento dos grãos registrado no ano passado.
O projeto que o governo prepara há um ano proíbe também o cultivo de cana no Pantanal.
Cerca de 90 por cento da cana brasileira é plantada na região Centro-Sul, uma área que inclui o Pantanal. As principais áreas de cultivo, porém, ficam a mais de 2.000 quilômetros da Amazônia.
Pela proposta, o governo também reduziria o financiamento público em outras áreas além da Amazônia e do Pantanal.
"Em áreas que estão sendo usadas para a produção alimentícia, o governo só poderia financiar os alimentos", disse Stephanes a jornalistas que acompanhavam a Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em São Paulo.
De acordo com o ministro, o Brasil tem 200 milhões de hectares de terras cultiváveis e precisaria de apenas 3,5 milhões de hectares para duplicar sua atual produção de etanol, que é de cerca de 20 bilhões de litros por ano.
Entre os grandes produtores agrícolas do mundo, o Brasil foi o que mais ampliou suas exportações de alimentos na última década, embora se preocupe com a sua imagem ambiental no exterior, segundo Stephanes.
O governo pretendia divulgar o projeto nesta semana, mas o adiou para discutir detalhes com autoridades ambientais e com os Estados.
"Acredito que o plano sairá até o final do ano", disse Stephanes, acrescentando que todo o trabalho, inclusive 15 mil mapas detalhados, ficarão disponíveis na Internet.
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