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O secretário de Desenvolvimento e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Maurício Zimmermann disse nesta quarta-feira que o Brasil vai precisar de quatro a oito usinas nucleares para fornecimento de energia elétrica até o ano 2030. O secretário disse que os estudos de planejamento do cenário de consumo de energia até 2030 apontam para esta necessidade da construção das usinas, que teriam a capacidade cada uma de cerca de mil megawatts (MW), referindo-se ao Plano Decenal de Atendimento de Energia do governo, que está sendo revisado. Atualmente, o Brasil tem apenas duas usinas nucleares em funcionamento, Angra 1, com capacidade para 657MW e Angra II, com 1350 MW.

Zimmermann, que participa do XIX Fórum Nacional de Economia, no Rio, explicou que o custo médio de uma usina térmica a gás é da ordem de R$ 170 o megawatts-hora, enquanto uma usina nuclear do mesmo porte (1.000 MW) custaria em torno de R$ 150 o megawatts-hora, defendendo que a energia nuclear seria mais competitiva.

Ao falar sobre o impasse para as obras de construção das hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, Zimmermann afirmou que o ministério espera uma definição do Ibama ainda este mês. Segundo ele, caso o órgão não conceda a autorização prévia das licenças ambientais para construir os empreendimentos, o ministério será obrigado a incluir outros projetos no próximo leilão de energia nova, para atendimento do mercado já a partir de 2012, dentre eles a usina nuclear de Angra 3.

No mês passado, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, já tinha dito se o impasse para a concessão de licenças ambientais no Rio Madeira não fosse resolvido até este mês, o governo deveria ter de buscar outras fontes de energia, que poderiam ser a nuclear ou termelétricas.

A situação da demora das licenças ainda pode ser agravada com a greve por tempo indeterminado dos funcionários do Ibama, iniciada na última segunda-feira. O governo conseguiu na Justiça pelo menos a manutenção dos serviços considerados prioritários do órgão .

Na semana passada, Rondeau voltou a falar sobre a necessidade de usinas nucleares, mas não deu números tão expressivos como Zimmermann. O ministro disse apenas que Angra 3 deverá mesmo ser construída, mas ainda não há prazo previsto. Segundo Rondeau, é possível que o BNDES financie a obra, já que a Constituição Federal determina que a produção de energia nuclear deve ser controlada pelo governo federal

- Angra 3 vai ser construída. A questão é quando vai ser construída - afirmou.

Segundo Rondeau, na época em que foram construídas as usinas de Angra 1 e 2, o Brasil tinha um modelo energético bem diferente do atual, que prevê venda de energia por meio de leilões. Por isso, será preciso adequar o sistema para construção da nova usina. Ele disse ainda que a energia de Angra 1 e 2 é comercializada por Furnas, que tem contratos antigos de venda de energia, antes do modelo de leilões.

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