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Brasília - Apesar de Brasília ser a cidade de maior renda per capita do Brasil, o Distrito Federal ostenta o título de lugar mais desigual do país, segundo dados da PNAD. Os altos salários pagos aos ocupantes de cargos administrativos contrastam com o aumento dos bairros pobres em torno do centro do poder. Segundo a pesquisa do IBGE, a renda média por indivíduo no Distrito Federal chega a R$ 2.117, mais que o dobro da média do país, que não passa de R$ 1.036. Na conta brasiliense, pesa a remuneração do funcionalismo e de profissionais que prestam serviços ao governo.

Devido à diferença desses ganhos, a capital registra o maior índice de Gini, que mede a desigualdade. Em uma escala de zero a um ponto, na qual valores mais altos refletem maiores discrepâncias sociais, Brasília obteve 0,618 ponto em 2008. A média nacional ficou em 0,530. "Tradicionalmente a desigualdade no Centro-Oeste é superior à nacional, sobretudo pela situação do Distrito Federal. Mesmo se tratando de uma minoria com altos salários, o intervalo para os menores valores é tão alto que faz diferença no índice’’, afirma a analista do IBGE Adriana Beringuy.

Para o sociólogo Vicente Faleiros, professor da UnB, a pesquisa do IBGE revela que a sede da República retrata as relações entre ricos e pobres no país. Para além da questão econômica, também entra em cena o problema da violência, diz. "A migração para as periferias da áreas que concentram maior renda se justifica pela teia de serviços que uma população presta à outra’’, afirma Faleiros.

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