Linha de montagem da Volks
Linha de montagem de fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.| Foto: Divulgação

Os países do Mercosul trabalham para chegar a um entendimento que viabilize o livre comércio de automóveis dentro do bloco antes que as taxas para a União Europeia fiquem zeradas, algo esperado para um prazo de 15 anos (após entrada em vigor do acordo). Nas discussões técnicas dentro da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada na Argentina nesta semana, o argumento utilizado, segundo fontes, é o de que não faz sentido estabelecer facilidades com os países europeus e ter barreiras dentro do próprio bloco.

Fontes apontam que esse é um entendimento tanto do Brasil quanto da Argentina. O próprio presidente Jair Bolsonaro citou, em seu primeiro discurso à frente da presidência pró-tempore do Mercosul, na quarta-feira (17), que a inclusão de automóveis e açúcar na união aduaneira é uma das prioridades da gestão brasileira no bloco.

Internamente, os técnicos discutem qual poderá ser a metodologia aplicada e o cronograma. A ideia é fazer a liberalização de forma gradual, com base que pode começar “tímida” e acelerar-se ao longo do tempo. Não está descartado que o avanço seja menor no início e acelere no final do período de transição. O acordo, contudo, é costurado com calma: além de ser um tema sensível dentro do bloco, a ideia é não anunciar nada antes das eleições argentinas, que ocorrem no final do ano. Também apontada como prioritária pelo presidente Bolsonaro, a liberalização do açúcar também será tratada, mas teria mais entraves de negociação, em especial por interesses argentinos.