O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes.| Foto: Marcos Correa/PR.

A Polícia Federal pediu nesta sexta-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do ministro da Economia, Paulo Guedes, no inquérito que mira o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por supostas irregularidades no Postalis, responsável pela previdência dos funcionários dos Correios. O pedido da PF foi encaminhado ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso na Corte.

O processo foi aberto em 2017 e apura a relação de Calheiros com Milton Lyra, apontado pelos investigadores como lobista de membros do MDB no Postalis. O delegado Bruno Calandrini afirma na petição a Barroso que é necessário investigar Guedes devido às "suspeitas sobre os excessivos ganhos" de um fundo administrado por Guedes na época, que "extraordinariamente alavancou recursos milionários" ao captar recursos de fundos de pensão, entre os quais o Postalis, informou o portal g1.

Guedes deveria ter prestado depoimento à Polícia Federal na semana passada como declarante, ou seja, não investigado. Após um pedido da defesa, Barroso cancelou a oitiva do ministro no último dia 31. "O pedido do delegado é tão abusivo e irresponsável que tenta se aproveitar para fazer uma devassa de 6 anos na vida do Ministro. Aliás, o próprio Judiciário e a CVM [Comissão de Valores Mobiliários] já destacaram que não houve qualquer indício de irregularidade ou crime relacionado ao Ministro Paulo Guedes", diz diz trecho da nota divulgada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que representam Guedes.

"Restou ao delegado trazer a discussão para a imprensa. A dúvida continua: por que o delegado quis envolver um ministro de estado em uma investigação que não guarda qualquer relação com essa autoridade, manipulando a verdade dos fatos na tentativa de induzir em erro um Ministro do STF, presidente do inquérito em questão?", afirma a defesa.