Marcos Rogério, relator da MP da privatização da Eletrobras, atendeu a pedido de parlamentares para conquistas votos favoráveis.
Marcos Rogério, relator da MP da privatização da Eletrobras, atendeu a pedido de parlamentares para conquistas votos favoráveis.| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

A fim de evitar a derrubada da medida provisória 1.031, que privatiza a Eletrobras, o relator da matéria no Senado, Marcos Rogério (DEM-RO), acatou novas emendas entre a noite de quarta-feira (16) e a manhã desta quinta (17), alterando o parecer final. O parlamentar já preparou três relatórios até agora – o mais recente, uma complementação de voto anunciada no início da sessão desta quinta, ainda será lido.

Segundo a BMJ, uma consultoria especializada em Comércio Internacional e Relações Governamentais, até a leitura do parecer do relator na noite de ontem, o governo não contava com votos suficientes para aprovar a MP. De um total de 81 senadores, seriam ao menos 48 votos contrários, estimava a consultoria. Ao longo da noite e pela madrugada, no entanto, negociações e articulação entre os senadores e a equipe econômica trouxeram novos votos.

Não se sabe, no entanto, se o novo parecer é suficiente para aprovar a MP no Senado. O texto tem seu prazo final para ser apreciado em 22 de junho. Se isso não ocorrer até lá, ele "caduca". A MP chegou a entrar na pauta de quarta, mas Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente da Casa, atendeu a solicitação de adiamento proposta pelos senadores, já que, até 17h45, o parecer do relator não havia sido apresentado à Casa.

"[A aprovação] depende da atuação do governo para convencer os parlamentares, mas também depende de uma negociação entre lideranças das duas Casas, para que as alterações que tenham sido feitas no Senado não caiam", lembra Wagner Parente, CEO da BMJ. "Até ontem [quarta] à noite, isso não estava totalmente equalizado".

Segundo Parente, a solução encontrada pela equipe econômica e pelo relator teria sido comportar os interesses dos senadores incluindo mais "jabutis" no texto, e não retirando os itens alheios ao tema central e que foram amplamente criticados por analistas e especialistas da área.