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Um ano atrás, durante a feira Mobile World Congress em Barcelona, havia um smartphone brasileiro entre os lançamentos de gigantes como Samsung, Sony e LG. Então em fase de protótipo, o GranitePhone, da brasileira Sikur, prometia proteger os usuários de tentativas de espionagem e oferecer recursos melhores até que os do concorrente suíço Blackphone.

No fim do ano passado, a Sikur colocou o celular no mercado principalmente no mercado europeu e diz já ter cerca de 60 mil pedidos (para comparação, a Apple vendeu 2,9 milhões de iPhones no Brasil em 2014, segundo a consultoria Gartner).

“Nós esperávamos uns 10 mil pedidos”, diz Fred Davila, diretor-executivo da empresa fundada em Curitiba (PR). “Mas com os usuários cada vez mais preocupados com problemas de segurança, a demanda por esse tipo de solução tem sido muito maior.”

O produto é vendido por US$ 999, o que inclui assinatura de serviços corporativos, como videoconferência por dois anos. Por enquanto, ainda não há previsão de venda no Brasil.

O GranitePhone é realmente feito para os preocupados com privacidade, especialmente governantes e altos executivos. O hardware, fabricado pela francesa Archos, foi modificado segundo especificações da Sikur para impedir que o sistema operacional, que tem por base o Android, fosse modificado e para que as chaves que permitem acessar dados codificados tivessem um lugar seguro para ficar.

“Nós usamos um sistema de criptografia de nível militar. Há opções de chamadas de voz, mensagem de texto e videoconferência codificadas”, diz Davila. Não é possível instalar o WhatsApp, por exemplo. Cada aplicativo oferecido precisa ser aprovado pela companhia e tem de oferecer segurança nos níveis exigidos pela empresa. Há, o entanto, a possibilidade de se fazer ligações comuns, sem criptografia, usando a rede GSM.

“Para que se pudesse comunicar com donos do aparelho sem precisar de um GranitePhone, nós também lançamos uma versão gratuita do nosso aplicativo de chat”, explica Dávila.

De acordo com o executivo, houve aumento no número de downloads do programa, disponível para iOS e Android, quando o WhatsApp foi bloqueado em todo o Brasil por ordem judicial em dezembro. Outro aplicativo que se beneficiou do bloqueio, que durou pouco mais de 12 horas, foi o Telegram, um concorrente do WhatsApp projetado para usar criptografia “end-to-end”, em que nem a empresa desenvolvedora do programa pode ter acesso às mensagens do usuários.

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Nas semanas anteriores ao bloqueio, o Telegram havia chamado atenção nos dias seguintes aos ataques da milícia radical Estado Islâmico em Paris, que vitimou mais de uma centena de pessoas. Havia rumores de que militantes de grupo poderiam ter usado a comunicação segura do aplicativo para organizar ataques.

Mesmo antes dos atentados na capital francesa, o programa havia recebido críticas por ser o “o favorito” da milícia, já que é difícil para serviços de inteligência monitorarem a atividade em uma rede segura, com forte criptografia.

“Nós achamos que toda tecnologia pode ser usada para o bem e para o mal”, diz Davila. “Nós nos reservamos o direito de recusar nossos serviços se houver suspeitas fundamentadas.”

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