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O grupo chinês Sinopec vai comprar 40 por cento das operações brasileiras da espanhola Repsol por 7,1 bilhões de dólares, fortalecendo a presença chinesa na América Latina.

O acordo, que prevê um aumento de capital da Repsol no Brasil, vai financiar o desenvolvimento das reservas da companhia no país, que se tornou um dos mais importantes mercados petrolíferos do mundo desde a descobertas de enormes depósitos de hidrocarbonetos na camada pré-sal.

Entre os 16 ativos da empresa espanhola no Brasil está a participação de 25 por cento no BM-S-9, operado pela Petrobras, onde já foram descobertos os prospectos de Guará e Carioca. Guará tem de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo recuperável, e Carioca é considerado um campo promissor, mas ainda não possui estimativas de produção.

A Sinopec vai subscrever completamente um aumento de capital de 7,1 bilhões de dólares da Repsol no Brasil para criar uma das maiores companhias privadas de energia da América Latina. Com isso, a empresa cancelou seus planos de fazer uma oferta primária de ações no Brasil.

"Estamos muito satisfeitos em participar do desenvolvimento dos projetos brasileiros com um parceiro de reconhecido prestígio como a Sinopec", disse o presidente da Repsol, Antonio Brufau, em comunicado nesta sexta-feira.

As ações da Repsol disparavam 5,42 por cento por volta as 11h (horário de Brasília). O grupo espanhol de construção Sacyr-Vallehermoso, que detém cerca de 20 por cento da Repsol, saltava 13 por cento.

O mercado acionário chinês está fechado por conta de feriado nacional.

"A avaliação dos ativos da Repsol no Brasil implica que o acordo está claramente acima do nosso atual cálculo de valor (5,75 bilhões de dólares) e do consenso do mercado, que varia entre 6 bilhões e 8 bilhões de dólares", disse Filipe Rosa, analista da corretora Espírito Santo.

A Sinopec informou que a companhia está projetando uma produção de 200 mil barris por dia de óleo equivalente da maioria dos blocos marítimos da parceria."É um ativo de ampla escala de qualidade prêmio e potencialmente com mais descobertas a serem feitas no futuro", disse uma autoridade da Sinopec.

Fontes haviam informado à Reuters no mês passado que a Sinopec também estaria fazendo oferta por participações em ativos de petróleo e gás detidos pela OGX, em uma operação potencial de 7 bilhões de dólares.

Uma fonte próxima ao assunto informou à Reuters que a operação da Repsol não interfere nas negociações da OGX com possíveis compradores de parte de seus ativos na bacia de Campos.

"Uma coisa não tem nada a ver com outra, não muito longe deve ter alguma notícia", disse a fonte.

Nos últimos anos, a China, que está em ritmo acelerado de expansão, tem investido fortemente em ativos de mineração e petróleo na América Latina e África.

Na América Latina, petroleiras no Brasil, enriquecedoras de minério no Peru e processadoras de soja na Argentina têm sido os principais focos para o investimento estrangeiro da China.

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