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 | Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
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A taxa de desocupação chegou a 7,6% em setembro, segundo pesquisa do IBGE realizada em seis regiões metropolitanas. É a primeira vez em oito meses que a taxa não piora. Mesmo assim, o contraste com o índice de 4,9% de setembro de 2014 é grande.

A deterioração do mercado de trabalho tem aumentado os desafios para quem está sem emprego. Veja quais são os principais:

1) Com renda em baixa, mais gente precisa trabalhar

Um dos fatores apontados pelo IBGE como motivo pelo qual mais gente tem buscado emprego é o fato de que o rendimento médio tem caído.

Para compor a renda da família em baixa, pessoas que não estavam procurando trabalho e não entravam nas estatísticas dos desempregados entram nas filas das entrevistas por vagas.

Isso também significa que está ficando mais difícil para as famílias garantir que jovens atrasem a sua entrada no mercado de trabalho para estudar, por exemplo.

2) 1 milhão de vagas formais cortadas em um ano

Essas pessoas vão disputar vagas com gente que foi demitida recentemente. O mercado formal cortou quase 1 milhão de vagas em um ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

3) Informalidade aumenta

Segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, entre setembro de 2014 e o mesmo mês de 2015, os setores com os maiores cortes de vagas em seis regiões metropolitanas pesquisadas foram a indústria, com 149 mil postos fechados, e o de serviços prestados a empresas, com 148 mil vagas perdidas.

Por se tratarem de dois setores com altas taxas de emprego com carteira assinada, as quedas têm forte impacto sobre o mercado formal, o que significa uma piora da qualidade do emprego em geral.

A redução de vagas formais foi de 3,5% no período, segundo o IBGE. A busca por trabalhos como doméstico, atividade com altos índices de informalidade, triplicou em agências especializadas.

4) Seguro-desemprego mais difícil

Apesar de haver mais gente sendo demitida, a concessão de seguros-desemprego pelo governo tem diminuído.

Taxa de desemprego fica em 7,6% em setembro, o maior nível para o mês em seis anos

O avanço de 2,7 ponto porcentual em base anual é o mais intenso já registrado na série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME)

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Isso se explica em parte por regras mais duras adotadas pelo governo na concessão do benefício, uma forma de enxugar gastos em meio à queda da arrecadação.

Antes, era necessário ter trabalhado seis meses ininterruptamente para obter o benefício. Com a mudança, esse tempo foi ampliado para 18 meses.

Um outro motivo para a queda do nível de emprego é, ironicamente, o próprio desaquecimento do mercado de trabalho. Isso diminui a criação de vagas temporárias, a rotatividade e, consequentemente, a concessão do seguro para quem está entre um trabalho e outro.

A saída do seguro-desemprego de, em média, 600 mil beneficiários por mês, tende a pressionar mais o mercado de trabalho.

5) Final de ano fraco deve barrar contratação de temporários

O final do ano é, tradicionalmente, uma época de contratações para suprir a demanda extra do Natal.

Neste ano, porém, nove em cada dez empresas do comércio varejista e de serviços não contrataram nem pretendem contratar funcionários temporários, segundo levantamento feito pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

Quase metade das empresas que não vão abrir vagas temporárias acredita que a atual equipe de trabalho será suficiente para atender os consumidores, já que a perspectiva de vendas é menor neste ano.

A previsão é de 24,5 mil vagas temporárias criadas no país neste ano. No ano passado, previa-se a abertura de 209 mil vagas temporárias – o SPC ressalta que mudanças de metodologia não permitem, no entanto, uma comparação perfeita entre as duas pesquisas.

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