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Alexandre Norito e Douglas Salvador, sócios do Clube do Malte | Divulgação/
Alexandre Norito e Douglas Salvador, sócios do Clube do Malte| Foto: Divulgação/

O Clube do Malte, um dos maiores players do mercado craft beer do Brasil, está com sua primeira rodada pública de investimentos aberta. A empresa optou pela captação por meio da plataforma de equity crowdfunding Kria, modalidade de investimento diretamente entre a empresa e a sua comunidade, seja ela de clientes ou admiradores. A empresa curitibana pretende captar R$ 2,150 milhões, o equivalente a 10% de seu valuation, em troca de 9% de participação. Qualquer pessoa pode aportar a partir de R$ 500. A rodada está aberta desde o dia 26 de novembro e em 15 dias de captação a plataforma soma 96 investidores e 10% do recurso alcançado. Fundado com capital próprio há sete anos, o Clube do Malte tem uma base de 7 mil assinantes, a quem despacha um volume mensal de 25 mil garrafas de cerveja.

Ao invés de optar pelo endividamento bancário ou pelos tradicionais aportes de fundos de investimento, o Clube do Malte optou por um formato que trouxesse outros benefícios além da injeção normal de capital. “Queremos construir a maior e mais engajada comunidade de apaixonados por cerveja. A ideia é fazer uma captação que engaje as pessoas que estão próximas ao nosso negócio. Nossa meta é trazer nossos consumidores para dentro da empresa, para que possam usufruir de nosso crescimento”, afirma o CEO do Clube do Malte, Douglas Salvador.

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Nessa primeira captação, a rodada terá três meses e três etapas. No primeiro mês será trabalhada basicamente a base de clientes do site e parceiros do negócio, com objetivo de dar prioridade a quem está mais próximo, explica Salvador. Em janeiro, será iniciado um road show para trabalhar um perfil de investidores de tíquete médio maior, como anjos, pequenos fundos ou family offices. “Para encerrar, trabalharemos de forma bem ampla e aberta.”

O investimento acontece por meio de título conversível. O instrumento confere ao investidor um direito de crédito contra a empresa emissora. Porém, ele não é um título comum. Embora emitido como uma dívida, o título conversível pode, na forma prevista nos documentos de emissão e por opção do investidor, ser trocado por ações da empresa emissora, transformando o então credor em um sócio da empresa. “Se eventualmente o Clube for vendido ou se ele receber um aporte, por exemplo, converte automaticamente.”​

O Clube do Malte prevê fechar o ano de 2018 com um faturamento de R$ 13 milhões, que representa um crescimento de 11% em relação ao ano passado. Com a captação, a ideia é investir em quatro projetos prioritários e triplicar o faturamento nos próximos seis anos, chegando à casa dos R$ 40 milhões. “Fizemos um planejamento e decidimos acelerar o crescimento da empresa para os próximos dois anos. Para isso, redefinimos as cotas dos sócios e abrimos uma janela de 20% do valuation para investimento. São 10% agora e mais 10% em uma segunda captação no final de 2019, em formato de captação fechada, onde abriremos 11% de equity”, revela Salvador.

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Entre os projetos previstos pelo Clube do Malte estão o lançamento de um aplicativo de engajamento, com a disponibilidade de uma série de funções, como escaneamento de rótulos de cerveja, consulta de informações em uma base e avaliações para compartilhamento em uma timeline. “O objetivo é fazer do app uma grande biblioteca de cerveja e nos tornarmos uma referência. Pretendemos chegar ao final de 2019 com uma base de 10 mil assinantes, 30% a mais do número atual, e manter este mesmo índice de crescimento a cada ano.” Os recursos serão empregados ainda para importações próprias, que aumentam lucro e diminuem o CVM (Custo de Mercadoria Vendida); lançamento de uma linha própria de cervejas; e entrada no mercado business to business, com pequenos varejistas.

Números do clube

Hoje 70% dos associados ao Clube do Malte estão nas regiões Sul e Sudeste. No Centro-Oeste, Norte e Nordeste o público está concentrado nas capitais, devido ao impacto do custo logístico. A plataforma conta com 120 mil interessados em cerveja; 70 mil compraram ao menos uma vez; e 35 mil compraram nos últimos 12 meses. De todo o faturamento, 70% tem origem nas assinaturas e outros 30% nas vendas avulsas. “Com a entrada no mercado B2B a partir do ano que vem, ele deverá ser responsável por 25% da receita, passando as vendas avulsas a representar 20% e as assinaturas os 45% restantes.”

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