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Em meio a notícias sobre lucros recorde de bancos, escândalos de corrupção, cujas cifras tão astronômicas fogem à compreensão de trabalhadores assalariados, e ainda uma crise política, que mostra a clara luta por poder em detrimento do povo, vemos os empregos sumirem e os salários encolherem. Soma-se a isso uma inflação crescente, e taxas de juros imorais, e temos aí uma combinação nefasta, que empurra as famílias brasileiras para um aperto econômico cruel, perda de padrão e qualidade de vida. Pais e mães de família perdem seus empregos ou fecham seus negócios, levando muitas vezes a um drama familiar. Segundo estudo publicado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) em parceria com o site de empregos Catho, a queda no salário médio de admissão do brasileiro já é menor do que na crise de 2009. O estudo é apenas mais um que mostra a deterioração do atual momento do mercado de trabalho em nosso país.

  • A queda no salário médio de admissão do brasileiro já é menor do que na crise de 2009.
  • Os novos admitidos estão sendo contratados por um salário em média 10,7% menor.
  • A estimativa para a taxa de desemprego, que vem aumentando desde dezembro, e já atingiu 6,8%.

Salários mais baixos

O estudo mostra que os novos admitidos estão sendo contratados por um salário em média 10,7% menor, se comparado com aqueles que deixaram seus empregos. Infelizmente esse número já era esperado, pois é assim que acontece quando há aumento do desemprego. Segundo a FIPE, a variação do salário médio de admissão é um indicador relevante, por ser mais ágil ao indicar como está a evolução da remuneração, se comparado com a média de remuneração de toda a população. No atual cenário, esse número indica a dificuldade que as pessoas estão encontrando no momento de negociar salários ao serem contratadas em novo emprego.

Olhando para períodos anteriores do estudo, percebe-se que na crise de 2008-2009 houve forte queda no indicador de pressão salarial, com recuperação progressiva até abril de 2012. Porém, desde então vem sofrendo quedas sucessivas, e já se encontra abaixo da média de toda série histórica apurada desde 2006, que é de 0,916, atingindo na última apuração o valor de 0,893. Esse indicador de pressão salarial é medido simplesmente dividindo o salário médio de admissão pelo de desligamento, com base em informações publicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Desemprego

A FIPE também calcula uma estimativa para a taxa de desemprego, que vem aumentando mês a mês desde dezembro, quando estava em 4,3% e em junho já atingiu 6,8%. Com isso, a instituição aponta uma tendência de piora da taxa de desemprego, também pelo fato de que a cada mês se observa uma taxa mais distante daquela registrada no mesmo mês do ano anterior.

Com tudo isso atingindo diretamente o trabalhador, é lógico esperar uma forte retração no consumo, pois todos ficam mais cautelosos com seus gastos, racionalizando os itens do dia-a-dia, e muitas vezes evitando assumir dívidas maiores e de mais longo prazo para bens duráveis. A consequência natural é a queda nas vendas, e a dificuldade das empresas em fazer negócios, girar estoques e pagar seus compromissos. Assim, inicia-se um ciclo vicioso ruim para todos, a exceção dos bancos, cujo produto fica hipervalorizado dada a sua escassez – o dinheiro.

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