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Após sucessivas semanas com reduções no preço do etanol, o combustível voltou a subir nos postos do Norte e Noroeste do Paraná. Desde a semana passada, o litro do álcool custa em média R$ 1,79 em Lon­drina e Maringá, cerca de R$ 0,20 a mais do que era cobrado no fim de maio.

Segundo o presidente do Sin­dicombustíveis-PR, Roberto Fre­gonese, a alteração foi influenciada pela mudança na forma de tributação do etanol, que em maio passou de Margem de Valor Agre­gado (MVA) para o sistema de Pre­ço Médio Ponderado Final (PMPF).

A mudança tem o objetivo de evitar a sonegação de impostos que, no Paraná, segundo Frego­nese, é a maior do país no setor, com cerca de R$ 300 milhões sonegados por ano. Além disso, a partir deste mês não existe mais o regime especial para comercializar combustíveis, o que obrigou o pagamento antecipado de impostos. "Uma empresa que pagava R$ 300 mil por mês em impostos pagou R$ 100 mil nos dois primeiros dias do mês. Existia uma forte sonegação fiscal", ressalta Frego­nese.

Atraso

De acordo com o vice-presidente do Sindicombustíveis em Londri­na, Durval Garcia Júnior, o au­­mento dos preços chegou com atraso aos postos da região por um descuido das distribuidoras, que continuaram a utilizar o MVA por um período. "Algumas distribuidoras erraram na mudança de cálculo. Além disso, houve um aumento real do preço nas usinas", ressaltou Garcia, que não arriscou dizer se o valor cobrado pelo combustível continuará a subir nos próximos dias.

Já o superintendente da Asso­ciação dos Produtores de Bioener­gia do Paraná (Alcopar), José Adria­no Dias, afirma que os usineiros não são culpados pela elevação do valor. "O preço do produtor caiu e continua sendo cobrado entre R$ 1 e R$ 1,05 [o litro]. O restante é consequência do preço das distribuidoras e dos postos", argumentou.

Competitividade

Mesmo com a elevação de preço da semana passada, o etanol se mantém vantajoso para os usuários de automóveis flex, que durante março e abril optaram por utilizar a gasolina. Nos postos de Maringá e Londrina, o preço médio do álcool está em R$ 1,79 e a gasolina, em R$ 2,79. Em Maringá, o litro de álcool já havia chegado a custar R$ 2,39 este ano. Entre os motivos apresentados para a alta estavam o aumento da demanda de veículos flex e o atraso da colheita de cana-de-açúcar – que deveria ter começado em fevereiro – devido aos períodos de estiagem e de chuva.

O etanol voltou a ser mais vantajoso que a gasolina em maio, com preços caindo em média para R$ 1,99 em Maringá e R$ 2,02 em Londrina. Depois que o governo federal anunciou a queda do preço dos combustíveis nas distribuidoras, o valor cobrado chegou a R$ 1,59 nas duas cidades. Segundo o superintendente da Alcopar, José Adriano Dias, a redução dos preços foi uma consequência do início da safra da cana. "Estamos com o abastecimento regularizado e a tendência é de que os preços fiquem estabilizados até o fim da safra, em dezembro", avaliou. A expectativa é de que as usinas paranaenses produzam 1,71 bilhão de litros este ano, cerca de 2,2% a mais do que em 2010.

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