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O movimento de caminhoneiros que bloqueia estradas federais e estaduais no Paraná e outros estados se fortaleceu por conta da crise econômica que atinge o país, aliada ao mal momento do setor. Segundo Diumar Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), a paralisação começou de forma espontânea e tomou corpo com o aumento de 5% do diesel nas refinarias.

“Apesar de não haver lideranças uniformes, a categoria conseguiu organizar uma pauta de reinvindicações comum. O clima estava propício. Não houve uma organização das entidades”, disse. Segundo Bueno, apesar de a manifestação ter se iniciado com os caminhoneiros autônomos, já atinge também os profissionais ligados a empresas.

Bueno diz que com os incentivos dados pelo governo federal, a frota de caminhões cresceu muito nos últimos anos e o valor do frete diminuiu, por conta da retração na produção das indústrias e o atraso do período de pico de transporte da safra agrícola. Com isso, muitos caminhões tiveram de parar. “Então veio o aumento do diesel, dos pedágios. A situação se tornou insustentável e as paralisações ganharam força na região centro-sul do país”, afirma.

O presidente da CNTA conta que o movimento começou com caminhoneiros do Mato Grosso, que estavam insatisfeitos com a cobrança do ICMS sobre o valor do frete no estado e alcançou outros estados com outras reivindicações.

Hoje a pauta é extensa e a categoria pede, além da diminuição no valor do combustível, a criação de uma tabela única nacional de preços de frete; prorrogação de 12 meses das dívidas contraídas com a compra de caminhões; alteração na jornada de trabalho prevista na Lei dos Caminhoneiros; e a isenção da cobrança de pedágio para eixos suspensos.

Sem prazo para acabar

Luiz Carlos Neves, presidente da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat), afirma que a pauta de reinvindicações foi entregue para o governo federal no último dia 11, em reunião com o secretário geral da Presidência da República, Miguel Rosseto.

Segundo Neves, o aumento do diesel inviabilizou o trabalho dos caminhoneiros, já que o componente representa 50% do gasto dos profissionais. “Não temos condições de trabalhar. O governo tem de sentar e ouvir nossas reivindicações”, diz. Não há prazo para o fim das paralisações, de acordo com a Fenacat.

A Secretaria Geral da Presidência da República foi procurada para comentar o caso, mas não retornou as ligações.

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