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Comprar dólares para uma viagem internacional é sempre um assunto delicado em um país que mantém a política de livre flutuação cambial. No entanto, analistas econômicos avaliam que a cotação do dólar tem condições para se manter tranquila. Pesquisa do Banco Central divulgada no começo do mês projeta o dólar abaixo de R$ 2 até o fim de 2013, respeitando a regra de que não haja grandes reviravoltas no mercado financeiro. O governo já declarou estar estudando medidas para facilitar a saída de dólares e atenuar a contínua apreciação do real, mas o economista José Guilherme Vieira, professor da Universidade Federal do Paraná, avalia que será muito difícil frear a valorização da moeda nacional.

"O governo não vai conseguir desestimular a entrada de dólares com medidas do Banco Central no nosso mercado por causa da conjuntura macroeconômica. Por isso, pelo menos na parte de turismo e de importações, podemos trabalhar com um horizonte estável", diz. "Sem falar que todo país que descobre petróleo ganha valorização da moeda", ironizou.

Com a estabilidade econômica brasileira, o real já está entrando na agenda da cadeia turística internacional. O agente de turismo Mário Miki, da agência Starover, se surpreendeu ao ver recentemente uma casa de câmbio em Paris com a cotação do real exposta no quadro. "Não apenas estavam aceitando as cédulas brasileiras como estavam pagando uma cotação melhor: paguei US$ 2,72 pelo Euro aqui no Brasil, e lá eles estavam cobrando R$ 2,62", relata.

"Isso é comum em economias mais estáveis, um ranking que o Brasil passou a participar nos últimos anos", ressalta o consultor de finanças pessoais Raphael Cordeiro. "Quando mais credibilidade tiver uma moeda nacional, a liberdade de câmbio será cada vez maior", diz. Para ele, mesmo que novas medidas parecidas com a taxação do IOF e outras para facilitar a saída de capital nacional passem a vigorar, tudo será feito de forma paulatina, sem causar alvoroços no mercado. "O tempo de alvoroços desse tipo já passou", diz.

Compras fracionadas

Mesmo com os ventos levando o dólar para oscilações tranquilas, o planejador financeiro Raphael Cordeiro diz que sempre recomenda a compra da moeda norte-americana de forma espaçada, a fim de evitar prejuízos com picos pontuais de cotação. Uma forma de resolver isso é dividir as compras em três – uma, que equivale aproximadamente ao preço da passagem, é fechada com o câmbio do dia da compra. O segundo terço pode ser levado em cash, comprado de antemão, e a terceira parte pode ser paga no cartão de crédito, cuja cotação será calculada no dia do fechamento da fatura. "Quando a perspectiva de oscilação estiver tranquila, como a que passamos hoje, é possível até que a cotação do cartão seja um pouco menor", diz.

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