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Três bancos liderados pelo Royal Bank of Scotland preparam nesta sexta-feira o caminho para uma oferta hostil pelo ABN AMRO, aumentando a pressão para que o banco holandês avalie mais do que apenas o acordo de fusão proposto pelo Barclays.

O consórcio, que também inclui Santander e Fortis, formalmente notificou o ABN sobre sua intenção de fazer uma oferta pública para compra de ações -um dia depois de os acionistas do banco holandês terem apoiado uma medida para dividir a instituição ou vendê-la-, apesar de não ter sido dado acesso incondicional aos dados do banco.

"De acordo com a regulamentação holandesa, esse é efetivamente o anúncio de uma oferta hostil", disse o analista Jean-Pierre Lambert, do Keefe, Bruyette & Woods. "Isso indica que o consórcio está falando sério. Eles podem fazer uma oferta baseada na informação pública financeira disponível", afirmou.

Mais cedo nesta semana, o consórcio fez uma oferta de 72 bilhões de euros (98 bilhões de dólares) pelo ABN, a maior parte em dinheiro, sobrepondo o acordo feito pelo Barclays, que seria todo em ações, e chegaria a 65 bilhões de euros. Qualquer um dos acordos seria a maior negociação entre bancos da história.

O consórcio de bancos, que quer se reunir com a diretoria do ABN o mais rápido possível, disse que sua proposta está condicionada à desistência pelo ABN de vender para o Bank of America sua unidade nos EUA, o LaSalle, um ativo-chave para o Royal Bank of Scotland.

As condições da transação, avaliada em 21 bilhões de dólares, inclui uma cláusula que permite ao ABN procurar propostas mais altas até 6 de maio.

De acordo com a lei holandesa, o interessado na compra pode chegar a um acordo com o vendedor ou exigir sete dias para que sejam analisadas suas intenções.

Oferta hostil

"O consórcio quer chegar a uma proposta de consenso, mas também quer garantir o direito de fazer a oferta de qualquer forma", disse uma fonte que está por dentro das negociações.

Outra fonte próxima ao assunto disse: "Esse é um passo formal, isso mantém as opções em aberto". Essa fonte acrescentou que os bancos ainda não assinaram um controverso acordo de confidencialidade que lhes dá acesso aos dados do ABN.

"Isso é um sinal da intenção de partir para o hostil? Sim, acho que é. Mas também é um sinal de que o consórcio não vê o obstáculo do LaSalle como intransponível", disse Antony Broadbent, analista do Sanford Bernstein em Londres.

Barclays e seus rivais estão atraídos pela exposição do ABN em mercados de crescimento rápido como o do Brasil, Ásia e Itália. O banco holandês tem sido pressionado pelos seus investidores depois de anos de baixa performance.

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