O crédito imobiliário deslanchou. Desde abril, o saldo total de recursos para habitação cresce a taxas superiores a 50% em relação a igual período de 2009, puxado por prazos longos dos financiamentos, juros menores e, especialmente, pela recente investida de bancos e construtoras para popularizar os empréstimos. Já há empresas com estandes de vendas de imóveis nos supermercados. Outras anunciam empreendimentos na embalagem de pizza.

CARREGANDO :)

Depois de fazer as compras num supermercado de Osasco (SP), a bancária Claudia dos Santos Silva, de 33 anos, foi surpreendida na saída da loja por um estande de vendas de imóveis, com corretor e tudo mais. Parou, tirou informações sobre o apartamento e guardou o folheto na bolsa. "Em casa vou dar uma olhada", disse Claudia, que se programa para comprar a casa própria.

Com as facilidades de crédito e o déficit habitacional nas classes C e D, grandes construtoras e incorporadoras estabeleceram como meta "ir onde o cliente está". Desde 2008, a Rossi, incorporadora e construtora, optou por esse caminho. "Temos quiosques no calçadão de Campo Grande (reduto de comércio popular do Rio de Janeiro) e em outros locais. Mudamos a forma de vender imóvel", afirma o diretor de empresa, Marco Adnet. Ele explica que há muitos brasileiros das classes C e D que não sabem que preenchem os quesitos para comprar um imóvel.

Publicidade

Os bancos também reduziram a burocracia: cortaram de 40 para 5 o total de documentos exigidos para aprovar os empréstimos e descentralizaram a aprovação do crédito, criando escritórios avançados. Até maio deste ano, o total de empréstimos habitacionais somava R$ 102,4 bilhões, apontam dados do Banco Central (BC) elaborados pela RC Consultores, nas várias modalidades de crédito imobiliário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja também
  • IBGE: gastos com compra de imóvel crescem em 7 anos
  • Venda de imóvel residencial cai 21% em abril, segundo Secovi-SP
  • Financiamento a imóveis usados infla resultado do PAC