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Na terra dos moinhos de vento quem nos traduz o clima de Copa na Holanda é o publicitário Bruno Castilho, 23 anos. Bruno trocou Curitiba pela holandesa Groningen, para fazer um intercâmbio profissional: trabalha no departamento de marketing de uma empresa que quer começar a exportar para o Brasil. A relação próxima dos dois paises também se traduz em outro campo: assim como os brasileiros, os holandeses são loucos por futebol. Mas comentar sobre Copa do Mundo e Holanda deixamos ao cargo de Bruno. A palavra é sua:

"Vamos aos fatos! Na Holanda, as pessoas praticam muitos esportes. Graças aos ventos, que nunca param de soprar, muita gente pratica windsurf e vela. Outro esporte bastante difundido é o hockey na grama. Porém, não há como negar: os holandeses gostam muito de futebol. E muitos deles entendem bastante do assunto.

Os dois principais times da Holanda são o Ajax (de Amsterdam) e o Feyenoord (de Rotterdam). E a violência também existe por aqui, quando o assunto é futebol. No começo do ano, um pai de família e dono do seu próprio negócio morreu numa briga entre as duas torcidas. O interessante é que a briga havia sido previamente agendada através do Hyves, uma espécie de Orkut na Holanda. Enfim, vamos ao assunto Copa do Mundo. Aqui eles respeitam muito a seleção brasileira. As pessoas que entendem de futebol são grandes admiradores do que costumam chamar de "samba football". Porém, quando se fala dos dois embates Brasil e Holanda, nas Copas de 94 e 98, o discurso é sempre o mesmo: nós brasileiros só ganhamos por que fomos ‘ajudados’ pelos juizes. Eles lembram exatamente dos lances em que fomos ajudados, podendo citá-los nos mínimos detalhes. Provavelmente porque não ganharam. Eu, por exemplo, não me lembro de nenhum! Com relação ao time holandês, o Dutch Team, posso perceber que eles não estão confiantes. Possuem sim um pouco de esperança, mas acredito que é mais pelo sentimento patriota do que crença no futebol da seleção laranja. Primeiro, porque muitas novas promessas foram convocadas para essa Copa, enquanto algumas ‘figurinhas carimbadas’ foram deixadas de lado, como Stam e Seedorf, ambos do Milan. Segundo porque estão no chamado ‘grupo da morte’ (junto com Argentina, Costa do Marfim e Sérvia e Montenegro).

Características peculiares? Os mais diferentes tipos de roupas e acessórios podem ser comprados em diversas lojas da cidade. Todos com a mesma cor, o laranja! Dois acessórios prometem ser a vedete para essa Copa: costeletas alaranjadas e réplicas dos capacetes utilizados pelo exército alemão na II Guerra Mundial. Na cor laranja, é óbvio! Falando em Alemanha, o fato mais interessante que percebi aqui: o mesmo ódio que nós brasileiros temos pelos argentinos, quando o assunto é futebol, eles possuem pelos alemães. Alguns comerciais na TV, inclusive, botam um pouco mais de lenha nessa fogueira, satirizando de algum jeito os chucrutes do país vizinho. Com relação à minha torcida, ainda não tenho certeza de como vou fazer. Na primeira fase, acho que vou ver os jogos aqui na cidade mesmo. Conheci alguns brasileiros pelo Orkut e estamos combinando uma ‘invasão canarinho’ em algum dos mais de 150 bares da cidade! Na segunda fase, pretendo me juntar com alguns amigos brasileiros perdidos pela Europa e seguir para a Alemanha para ver alguns jogos do lado de fora dos estádios. Foi impossível conseguir ingressos."

Leia a matéria anterior: Separados na política, unidos no futebol, o clima da Copa em Sérvia e Montenegro.

Acompanhe a cobertura completa do mundial no site da Copa.

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