O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (2) reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano. Apesar da redução, a decisão não foi unânime dentro do Copom.
A queda de 0,5 ponto percentual atende ao mercado financeiro e ao governo. Enquanto economistas de casas de análise projetavam em sua maioria uma redução mais comedida da Selic, de 0,25 ponto percentual, apenas uma pequena parcela acreditava que o Banco Central iria manter os juros em 13,75% ao ano.
Após três anos sem uma queda significativa, esse foi o primeiro corte da taxa básica de juros. A última queda havia acontecido em agosto de 2020, em meio à fase mais aguda da pandemia de Covid-19, quando a taxa Selic caiu de 2,5% para 2% ao ano.
O Copom avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,50%, mas considerou ser apropriado adotar ritmo de queda de 0,50 ponto percentual nesta reunião em função da melhora do quadro inflacionário. “A redução reforça o objetivo de manter uma política monetária contracionista para a reancoragem das expectativas e a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante”, explicou o Copom.
Os membros do comitê também anteciparam que deve ocorrer uma redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que “esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”
Os membros do Copom que votaram pela redução de 0,50 ponto percentual foram: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso. Já Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes votaram pela redução de 0,25%.
Em relação às projeções de inflação, o Copom informou, com base em seu cenário de referência, que situam-se em 4,9% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,0% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,4% em 2023, 4,6% em 2024 e 3,5% em 2025.
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