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O preço recorde no mercado interno está levando os operadores brasileiros à recompra de parte do milho negociado com o exterior e que ainda não foi entregue. As empresas que fizeram venda para entrega futura já renegociaram 200 mil toneladas de milho, que não vão mais deixar o país, diz Eugenio Stefanelo, analista da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

A recompra pode ser feita pelo preço contratado ou então pela cotação atual, o que vai depender da negociação conduzida entre as partes. Esse processo, explica o analista, torna-se viável quando o preço para venda local está acima da paridade exportação. O volume renegociado vai reduzir a previsão de exportação de milho pelo Brasil. Os contratos chegam a 10,5 milhões de toneladas, contra 4 milhões de toneladas do ano passado.

Nesse aspecto, Stefanelo faz um alerta sobre o movimento dos consumidores de milho que defendem uma medida do governo brasileiro para proibir a exportação do cereal. O argumento de que o Brasil precisa garantir o abastecimento interno é "completamente absurdo", avalia. A intenção seria derrubar os preço no mercado interno.

De acordo com Stefanelo, o país pode e deve continuar exportando. A defesa se escora na relação de oferta e demanda do milho no país, que na safra passada produziu quase 51,7 milhões de toneladas, para um consumo interno de 41 milhões de toneladas. Somadas as 10,5 milhões de toneladas destinadas à exportação, ainda sobra milho no mercado, diz. Ele prevê um recuo das exportações a partir do próximo ano, para 8 milhões de toneladas.

A recompra estaria sendo feita a um preço de US$ 250 a tonelada, pouco mais de R$ 438. A vantagem é conferida pela cotação interna, em torno de US$ 260 ou R$ 459. O cálculo considera um câmbio de R$ 1,75. Na mesma época do ano passado, na paridade exportação, o cereal recebida US$ 167/tonelada. A variação em um ano chega a 57%, calcula Stefanelo.

Flávio Turra, da Ocepar, destaca que o período retrata uma situação atípica, que raramente tem ocorrido. Mesmo porque, o Paraná só começou a exportar milho para compensar o preço, que nas últimas safras vinha muito depreciado no mercado interno.

O Paraná e o primeiro produtor nacional de milho. Na atual safra, conforme estimativa da Expedição Caminhos do Campo/Gazeta do Povo, o estado plantou 1,35 milhão de hectares – aumento de 3,8% – para uma produção de 8,9 milhões de toneladas. O milho de segunda safra já ocupa 1,46 milhão de hectares, para um resultado de quase 5 milhões de toneladas. No Brasil, na safra 2006/07, o volume total atingiu 52 milhões de toneladas, segundo a Conab.

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