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O faturamento do segmento de shopping centers no Brasil tem crescido, nos últimos três anos, na média de 10% ao ano. O mesmo porcentual é esperado para este ano, quando cerca de dez novos empreendimentos devem se somar aos 346 já existentes. Um número ainda pequeno se comparado ao mercado norte-americano, que está bastante saturado com a presença de milhares de centros de compras.

O potencial de crescimento do segmento no país é o grande atrativo para os grupos internacionais, que têm se juntado a empresas brasileiras para investir por aqui. "Para o investidor americano, qualquer bilhão que ele coloca no Brasil dá mais retorno que nos Estados Unidos", avalia Luiz Fernando Veiga, diretor-executivo da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Ele destaca a confiança do investidor estrangeiro na gestão dos recursos por empresas nacionais e na capacidade de crescimento do setor. "Nenhum dos grupos que entraram no Brasil através de empresas brasileiras faz questão do controle dos shoppings. Eles trouxeram dinheiro para colocar nas mãos de grupos brasileiros. E isso possibilitou a grupos como BR Malls, Aliansce e Multiplan se capitalizarem com dinheiro barato que existe hoje no exterior", diz Veiga.

Para o professor Eduardo Terra, coordenador institucional do Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração, o domínio que poucos grandes grupos podem exercer sobre o mercado brasileiro deve trazer mais profissionalismo à administração dos shoppings. O consumidor, segundo ele, vai ver novos empreendimentos e o crescimento daqueles que ele já conhece. "E também vai ver mais profissionalismo na gestão. Claro que isso pode significar a cobrança do estacionamento naquele shopping que oferece o estacionamento de graça. Certas regalias do amadorismo tendem a ser cortadas, mas também vai haver benefícios", afirma.

Já os lojistas devem ser mais cobrados com relação à eficiência. "Os grupos mais profissionais preferem ter um espaço vazio do que uma loja ruim", diz o professor. Ele acredita ainda que o preço dos aluguéis pode subir à medida que os shoppings ofereçam mais qualidade de serviço ao consumidor. "Mas isso é relativo. Se o faturamento subir também, o ‘aluguel relativo’ não muda", afirma Terra. A vantagem é que os grandes grupos têm o desafio de manter seus lojistas saudáveis, e devem oferecer condições para isso.

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